sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Rivalidade na Fórmula 1

Entenda em poucos minutos um pouco da rivalidade que existia na Fórmula 1 nos anos 80/90.


Fim dos anos 80 e ínicio dos 90 assistiu ao quarteto de maior rivalidade já existente na história da Fórmula 1. Ayrton Senna, Nelson Piquet, Alain Prost e Nigel Mansell protagonizaram batalhas dentro e fora das pistas. Neste vídeo resume bem o que foi esta rivalidade muito diferente dos dias de hoje.

domingo, 18 de setembro de 2011

Ferrari F2002

A Máquina do Século XXI
Considerada uma obra perfeita em Maranello, a F2002 aos olhos de Schumacher e Rory Byrne.


A Ferrari F2002 é, por muitos, considerada o carro de Fórmula 1 mais próximo da perfeição construido neste novo século. Concebido em Maranello, conseguiu a proeza de vencer 15 das 19 etapas disputadas entre as temporadas de 2002 e 2003. Nesta matéria feita pela revista F1 Racing e veiculada na Revista Racing, a obra-prima é comentada por Rory Byrne e Michael Schumacher.

 Ferrari F2002 - A Ferrari do Pentacampeonato de Schumacher.


Rory Byrne, projetista do carro

"Não considero beleza porque o que importa é a eficiência. Um carro vencedor é sempre lindo! O modelo inteiro vem de pesquisa e estudo de tunel de vento. Mas quando olho para este carro, não vejo somente sua forma externa. Vejo-o quanto é bem integrado. Considero todo o trabalho e os recursos alocados para o projeto. Cada elemento do F2002 foi estudado cuidadosamente. Isso também, é lindo."

 Michael Schumacher, piloto

"Quando vi o novo carro pela primeira vez, apenas pensei: Uauu!!! É uma beleza e realmente muito inovador. Acho que é uma das Ferraris mais bonitas de todos os tempos e nunca achei possível construir um carro de F1 tão pequeno e apertado, com um centro de gravidade tão baixo. O que também gosto é que nossos profissionais aerodinâmicos foram radicais. A Traseira é totalmente nova e avançada. Para mim, isso faz sentido."

 Hungaroring, 2002

 F2002


Rory Byrne

"A traseira é um novo conceito. Nasceu do fato de que as saídas laterais estão muito mais baixas, mas o motor tem de manter seu escapamento bastante alto. Teria sido muito dificil adaptar o sistema que usávamos desde 1998 para trabalhar com o carro de 2002. Estou orgulhoso com tudo, realmente. Se eu tivesse que apontar algo, diria que a nova transmissão e o sistema de resfriamento são realmente competentes."

Michael Schumacher

"Estamos particularmente orgulhosos da caixa de câmbio. É talvez a inovação mais significativa do carro. Troca mais rapidamente que o antigo carro, mas ao mesmo tempo é menor e mais leve. Os tubos do escapamento estão mais altos. O conceito de escapamento saindo da cobertura do motor é uma tendência iniciada pela Ferrari."

   Evolução da máquina

Escapamentos altos, hoje a tendência é inversa.


Rory Byrne

"Não cometemos muitos erros quando projetamos a F2002 mas há uma área particular aonde poderíamos ter feito melhor. Não é um problema grande, mas pode ser, de vez em quando, bastante significante. Não posso dizer muito sobre isso, mas não havera esse problema com o carro de 2003! Não estou entregando o jogo quando digo que a Ferrari 2003 vai ser uma evolução em relação a 2002. Os regulamentos não mudarão e já temos um pacote competitivo."

Michael Schumacher

"Todo o carro tem seus limites e, quando você está pilotando próximo ao limite, qualquer carro é dificil de pilotar. Sempre há alguns problemas, como sair de frente ou de traseira, quanto mais rápido você pilota. Você sempre tem esses problemas em corridas automobilisticas. A única coisa que muda é que os limites são empurrados mais adiante. Desde o ínicio, você poderia ver que havíamos dado um grande passo adiante com este carro."


   A F2002 recebeu o motor Ferrari v10 051

motor Ferrari v10 051


Rory Byrne

"O nosso pneu deu um grande passo à frente em 2002. Em 2000, nosso carro era bom, mas às vezes usávamos os pneus traseiros muito duros quando a temperatura era alta. Melhoramos em relação a 2001 e avançamos muito mais este ano. Pneu é a parte principal de nosso planejamento quando trabalhamos nas estratégias de corridas: escolher uma combinação pode ser um diferencial, mas nossa relação com a Bridgestone ajuda muito."

Michael Schumacher

"Fico praticamente deitado na F2002, mas tenho mais espaço. Tive de me acostumar a ela. Geralmente, você não senta em um carro de F1, você deita dentro dele, mas na F2002 sinto que estou mais deitado do que nunca. É como se você estivesse dentro de um carro de estrada com o banco do piloto abaixado ao limite. É totalmente diferente, mas gosto porque o contato com a pista torna-se ainda mais direto."


     conjunto Ferrari & Bridgestone foi primordial

F2002


Evolução Ferrarista com o trio Ross Brawn/Rory Byrne/Paolo Martinelli

 F300 de 1998

Pistas mais estreitas e entalhes nos pneus fazem parte das novas regras da FIA. A Ferrari se concentra na aerodinâmica. O F300 é notoriamente menos desordenado ao longo dos flancos laterais que seu antecessor e é o primeiro carro com escapamento sobre a cobertura do motor. A asa dianteira também tem uma forma distinta de flecha. 

 F399 de 1999

 Evolução do F300 com monocoque mais estreito, caixa de câmbio menor, amarras na roda designada pela FIA - e, pela primeira vez, pneus Bridgestone (Schumacher havia reinvidicado publicamente que a maioria dos déficits no desempenho da Ferrari de 98 eram por causa dos pneus Goodyear). Vence a primeira vez em Melbourne, mesmo que somente depois que ambas as McLaren estivessem fora da corrida; não se iguala ao ritmo dos McLarens durante o ano, mas geralmente é mais segura.

 F2000 de 2000

O avanço principal em termos de eletrônicos e aerodinâmica. O motor 049 tem centro de gravidade mais baixo e o sistema de resfriamento tem forma diferente e, assim, as saídas laterais podem ser mais estreitas, com entradas de ar mais finas. A abertura para abastecimento foi modificada para obter pits stops mais rápidos e fáceis. Ainda se igualando à velocidade do McLaren Mercedes, mas mais segura e consistente. Vence o título de Construtores e Piloto desde o último que fora em 1979, com Jody Scheckter. 

F2001 de 2001

Um conceito sutil da F2000. Novos regulamentos aerodinâmicos com nariz mais baixo e asa traseira com três elementos; tomadas mais altas melhoram o resfriamento; nova geometria da suspensão torna o carro mais eficiente em relação aos pneus. O motor 050 é 8% mais leve que seu antecessor e tão seguro quanto. Bom para outro título duplo.

F2002 de 2002

Revolução, não evolução: a F2002 é completamente nova e não faz sua estréia até a terceira corrida da temporada de 2002. A carenagem é encurvada. Escapamentos com saídas na cobertura traseira. Grip mecânico e aerodinâmico fantásticos permitem à F2002 ser fantasticamente rápida nas curvas; a sociedade para desenvolvimento exclusivo com a Bridgestone rende seus frutos.


Eles também foram responsáveis pela máquina


Ross Brawn, 56 anos
atualmente Diretor-Chefe da Mercedes GP
Chegou na Ferrari na metade da temporada de 1996 a pedido de Michael Schumacher. Ao lado de Rory Byrne e Jean Todt, formou uma das melhores equipes técnicas da história da F1. Era o diretor-técnico responsável pela F2002. 




Paolo Martinelli, 59 anos
atualmente Executivo da FIAT

Formado em Engenharia pela Universidade de Bolonha, trabalhou na Ferrari de 1994 até 2006 quando foi substituido por Gilles Simon. Foi um dos responsáveis pela mudança dos v12 para os v10. Foi o grande "mago" do motor Ferrari v10 051 que impulsionou a F2002.



Jean Todt, 65 anos
atualmente Presidente da FIA

O Grande responsável pela impecável administração esportiva da Ferrari. Chegou à equipe em meio ao caos em 1993 durante o GP francês. Reorganizou a equipe, trouxe Schumacher e com ele renovou a equipe técnica. Trouxe a experiência herdada dos tempos de rali e liderou a equipe como diretor-chefe de 1993 até 2007 quando deixou a equipe substituido por Stefano Domenicali.



Rubens Barrichello, 39 anos
atualmente piloto da Williams

Teve grande responsabilidade no desenvolvimento dos carros Ferrari. Chegou a equipe em 2000 e junto de Michael Schumacher, formou uma das duplas mais vitoriosas da categoria. Foi por duas vezes vice-campeão e foi reconhecidamente um grande colaborador para o crescimento técnico da equipe. Apesar de ter saído brigado com a equipe em 2005, merece destaque na obra-prima por ter ganhado 4 corridas com a máquina.


Especificação Técnica

Ferrari F2002
motor: Ferrari 051 v10
transmissão: 7  marchas automática longitudinal sequencial
combustível: Shell
pneus: Bridgestone
pilotos: Michael Schumacher, Rubens Barrichello e Luca Badoer
19 corridas
15 vitórias
11 poles
19 melhores voltas


uma volta com a F2002. Schumacher, Spa, 2002.


Texto extraído da Revista Racing
ano 7 nº 99
post elaborado por Cláudio Souza
 

domingo, 11 de setembro de 2011

Fórmula 1 Tecnologia

O Coração de um Fórmula 1


Um motor usado na F1 utiliza tecnologia que vai além dos esforços dos engenheiros.

Matéria de 2004
Texto Renault F1


Eis a receita: 5.000 componentes, sendo 1.500 deles peças móveis; 20 tipos diferentes de metais, como magnésio, titânio, aço e alumínio; velocidades máximas de giro de 18500 rpm. O motor de F1 Renault RS24 foi uma máquina de extremos. Em regime máximo, ele aspira cerca de 600 litros de ar por segundo e emite 160 decibéis - mais do que um Boeing 747 durante a decolagem. O consumo de combustível médio é de 70 litros de gasolina por 100 km.

Porém a perda de energia é enorme. Cerca de 70% da força produzida pelo processo de combustão é desperdiçada na forma de calor gerado pela fricção interna entre as peças do motor. De outro lado, as regras estabelecidas na época pela FIA eram claras: os motores utilizados tinham que ser v10 de 3.0 litros e apenas determinados podiam ser empregados. Trabalhando a partir deste regulamento restritivo, os engenheiros da equipe Renault F1 alcançaram um grande feito.

O Renault RS24 chegou aos 900cv de potência em 2004.

Um motor de F1 é projetado para produzir potência, mas seu papel não é apenas este. Seu peso, arquitetura, volume, consumo de combustível e integração no chassi tambem possuem influência direta no desempenho do carro na pista.
"Chegou ao fim aquela época em que um fornecedor de motores deveria apenas fabricar uma unidade que produzisse potência.", resume Rob White, então diretor técnico da equipe Renault em 2004. "O objetivo é considerar o carro como um todo e pensar em termos de desempenho do conjunto completo, chassi/motor", explica.

Por exemplo, algumas vezes é mais produtivo reduzir o peso do bloco do motor do que incrementar potência. A redução de cerca de 10kg gera um ganho de performance próximo a 0s3 por volta, algo que o dinamômetro não vai revelar, mas que será registrado pelo cronômetro. Cada aspecto de um v10 moderno possui sua importância. E o resultado no desempenho desta abordagem pode ser espetacular.

As regras em 2004 especificavam que as equipes não podiam trocar de motor entre a sexta-feira e o sábado de um fim de semana de corridas. Mas a eficiência do motor não foi afetada por esta norma. "Eu diria que é o contrário", observou Rob White. "O RS24 já estava produzindo mais potência do que seu antecessor, o RS23, usado em 2003. Seria um engano imaginar que as regras virariam nossos conceitos de cabeça para baixo. De fato, eles apenas modificaram um dos muitos parâmetros na construção de motores: sua vida útil, que agora foi estendida para 800km. Todos os fatores que influem neste aspecto foram revisados: projetamos novas peças, refizemos nossos cálculos e conduzimos novos testes nesta área. O único aspecto negativo nesta alteração do regulamento é que, uma vez duplicada a vida útil, ficou dificil avaliar no dinamômetro a quantidade de modificações que gostaríamos de analisar, mesmo que trabalhemos dia e noite.", continua White. "Para atingir seus objetivos, agora os testes têm de ser o dobro da duração dos realizados antigamente, mas nossa capacidade de testar continua a mesma, não foi dobrada. Assim, cada minuto gasto no dinamômetro tem de ser aproveitado".

motor Renault RS24 sendo testado no banco de provas 

Desde o momento que a equipe de projetistas começa a desenhar o motor até seu funcionamento no primeiro teste de dinamômetro, se vão 18 meses de trabalho árduo. Mas com o propulsor RS24, os técnicos de Viry-Chatillon conseguiram reduzir o tempo a apenas 12 meses, graças ao uso de métodos consagrados. Mesmo assim, ninguém tinha certeza do sucesso até os primeiros testes completos do motor francês. "É necessário esperar até o último momento para saber se a missão foi bem sucedida. O veredito final vem apenas quando colocamos o motor no carro e vamos para a pista.", finaliza White.

 motor Renault RS24 v10 equipou os carros Renault R24

Em 2004, a equipe Renault F1 terminou o campeonato de construtores em 3o lugar com 105 pontos. Seus pilotos foram Fernando Alonso e Jarno Trulli.

Bibliografia:
Revista Racing
Ed. MotorPress Brasil
Ano 8, nº 152

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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Parabéns Brasil

No dia de sua independência, uma visão geral do Brasil na F1.


Dia 7 de Setembro é sempre uma data especial para todos os brasileiros, dia em que nosso país conseguiu sua independência total de Portugal. Nós, amantes do automobilismo, somos críticos e exigentes quanto ao desempenho de nossa pátria tupiniquim nos autódromos ao redor do Mundo na principal categoria do automobilismo. Mesmo em uma fase de vacas magras, temos dois pilotos nacionais em equipes tradicionais: Ferrari e Williams e um deles, mesmo com todos os problemas enfrentados, em totais condições de vencer.

O Brasil tem números de dar inveja a qualquer nação do velho mundo na F1. Certa vez conversando com um colega finlandês, ele disse que pelo tamanho continental do Brasil, era um dever nosso ter os números que nós temos, mas o orgulho foi prontamente inflamado e a resposta veio imediata, temos um oceano atlântico que nos separada do velho mundo e o nosso país não possui ( pelo menos, não possuia na época ) condições financeiras para bater de frente com as potências européias. 
Vejamos nossos principais números na Formula 1 até hoje ( 07/09/2011 ):

Vitórias: 101
Poles: 124
Títulos: 8

Para nós termos uma idéia dos números nacionais, o Brasil é o 2o país em títulos na F1 empatado com a Alemanha e apenas atrás da Inglaterra com nove conquistas. Graças a habilidade inconteste de Ayrton Senna, o país tem um invejavel número de poles - 124 e possui 101 vitórias na categoria, o 3o no ranking de países atrás de Grã-Bretanha e Alemanha.

Rubens Barrichello é o piloto com maior número de largadas na F1 e no ultimo fim de semana, Felipe Nasr conquistou a F3 Britânica, abrindo os olhos dos principais dirigentes da Fórmula 1. 

Vejamos alguns "heróis" brasileiros na categoria:

Chico Landi (14/06/1907 - 07/06/1989)

 Muitos falam que Emerson Fittipaldi foi o principal precursor brasileiro na Formula 1 e acabam cometendo uma injustiça tamanha com este senhor brasileiro de sangue italiano. Francisco Sacco Landi foi o primeiro brasileiro a desbravar as pistas européias, ganhando o GP de Bari em 1948. Disputou na F1 apenas 6 Gp's entre 1951 e 1956. Conquistou apenas 1,5 ponto mas foi o "bandeirante" brasileiro na categoria.



Chico Landi em ação no GP da Italia em 1952 a bordo do Maserati.

Emerson Fittipaldi

 Corajoso e determinado. Esses são alguns dos muitos adjetivos que podemos resumir Emerson Fittipaldi. Primeiro brasileiro a pilotar a lendária Lotus, Emerson chegou na Europa determinado a pilotar um F1 mas sua vida não foi nada fácil. Ao ser chamado por Colin Chapman, logo de cara enfrentou o trauma de perder um ídolo, com a morte de Jochen Rindt em Monza. Graças a sua vitória, a primeira brasileira na F1 em Watkins Glen em 1970, seu amigo morto foi consagrado campeão póstumo. A partir dai, Emerson solidificou seu caminho, conseguindo seu primeiro titulo mundial em 1972. Foi para a McLaren e conseguiu o bi em 1974. A partir de 1976 topou o desafio de liderar uma equipe brasileira na F1 porém sem muito sucesso. Sem apoio e desiludido, Emerson migrou para os EUA aonde foi disputar a F-Indy. Conseguiu a reviravolta com o título em 1989 além do bicampeonato das 500 milhas de Indianapolis ( 1989/1993 ). Um mito que abriu as portas para as futuras gerações nas principais categorias de monopostos do Mundo.

Emerson em números:
144 largadas
14 vitórias
6 poles
2 títulos mundiais
Emerson em ação no GP Brasil de 1974 a bordo do McLaren Ford
Emerson e o lendário Lotus JPS Ford em 1972
A bordo do brasileirissimo Fittipaldi-Copersucar
Precisamos dizer mais alguma coisa?

Nelson Piquet

  Polêmico, técnico mas sobretudo, um vencedor. Nelson Piquet Souto Maior foi um lutador que chegou ao sucesso graças ao seu árduo trabalho. Filho de um ex-militar, Piquet não teve muitas ajudas para trilhar seu sonho. Foi campeão brasileiro de kart em 1971 e 1972 e da Super Vê em 1976. Na Formula 1, estreou em 1978 pilotando um  McLaren M23 da equipe Ensign. Logo depois, foi convidado por Bernie Ecclestone para ser companheiro de Niki Lauda na Brabham. O casamento de Brabham-Piquet foi de extremo sucesso. Sua primeira vitória veio no GP dos EUA em 1980, e por coincidência, prova de despedida de Emerson na F1, os dois dividiram o pódio. Em 1980, foi vice-campeão e em 1981 veio o primeiro título mundial. Após cansativos e longos testes com os novos motores turbo da BMW, a recompensa veio em 1983 com o bicampeonato mundial. Em 1986 foi contratado a peso de ouro pela Williams, mas não contava com a concorrência forte do então novato inglês Nigel Mansell. Os dois travaram disputas memoráveis e a faceta polêmica de Piquet ficou mundialmente conhecida nessa época. Graças aos privilégios concedidos pela equipe ao inglês, Piquet teve que usar toda sua artimanha para ludibriar e manter seu staff-técnico unido. Em 1986 perdeu o título na ultima prova e a recompensa veio em 1987 com a conquista do tricampeonato mundial. Logo apos o titulo, rumou para a Lotus aonde não teve sucesso e encerrou a carreira em 1991 pela equipe Benetton dividindo a equipe com um certo alemão chamado Michael Schumacher.

Piquet em números:
204 largadas
23 vitórias
24 poles
3 títulos mundiais

Piquet vence o GP da Argentina em 1981 relegando o representante da casa ao 2o lugar.

Piquet e a Brabham BMW do bicampeonato.
Piquet a bordo do Williams Honda em 1987
Piquet foi o vencedor da corrida nº 500 da F1 em Adelaide, 1990.

Ayrton Senna (21/03/1960 - 01/05/1994)

  O maior piloto brasileiro da história do automobilismo nacional, considerado o maior esportista brasileiro do século XX, foi eleito pela conceituada revista Autosport como o melhor piloto da F1 de todos os tempos. Faltam palavras para descrever Ayrton Senna da Silva. Extremamente arrojado, rápido, determinado e de um carisma inigualavel, Senna foi um divisor de águas na categoria. Foi o precursor da preparação física e mental e graças a sua extrema concentração conseguiu extrair o máximo de suas máquinas, que muitas vezes não eram das mais velozes. Senna começou no kart muito cedo, aos 4 anos de idade. Foi tricampeão brasileiro de kart, campeão sul-americano de kart, e por duas vezes foi vice-campeão mundial de Kart. Foi campeão da F-Ford inglesa e da F3 Britânica. Frank Williams foi o primeiro dirigente da F1 a lhe conceder uma oportunidade com um carro de F1, em 1983. Estreou na categoria em 1984 pela Toleman conseguindo dois pódios, um deles memorável em Monte Carlo. Entre 1985 e 1987 pilotou para a lendária equipe Lotus conseguindo sua primeira vitória debaixo de um temporal em Estoril em 1985. Foi o primeiro piloto a carregar a bandeira nacional após uma de suas vitórias em 1986 em Detroit. Logo após ver sua seleção ser eliminada da Copa do Mundo, Senna foi caçoado pelos franceses, técnicos da Renault, montadora que fornecia motores para a sua equipe Lotus. Após consagradora vitória, ergueu a bandeira do Brasil em uma forma de mostrar seu patriotismo perante os franceses.
Entre 1988 e 1993 piloto para a McLaren, formando com Ron Dennis uma das parcerias mais vitoriosas da categoria. Ao mesmo tempo, encontrou em Alain Prost seu maior rival nas pistas. Os dois proporcionaram lances incriveis em 1988 e 1989. Um titulo para cada um. Em 1990, Senna conquistou o bicampeonato contra o mesmo francês, que já pilotava a Ferrari. Em 1991, Senna conquistou sua primeira vitória no Brasil em Interlagos e no final do ano, consagrou-se tricampeão mundial ao vencer Nigel Mansell e sua poderosa Williams. Essa mesma equipe poderosa que o seduziu cegamente nos anos de 1992 e 1993 graças ao seu poderio tecnológico. Sedução que foi realizada em 1994. O sonho do tetracampeonato infelizmente acabou tragicamente na Tamburello no dia 1º/05/1994.

Senna em números:
161 largadas
41 vitórias
65 poles
3 títulos mundiais

O pequeno Ayrton Senna da Silva
Toleman Hart, o carro das primeiras proezas
Senna e McLaren, combinação de sucesso.
A ambição de pilotar pela Williams foi atendida em 1994.

Rubens Barrichello

 O piloto que mais disputou corridas na F1 é brasileiro, e seu nome é Rubens Gonçalves Barrichello. Técnico e eficiente, Barrichello conseguiu sua longevidade na categoria graças a sua competência e motivação. Extremamente emotivo, Barrichello sofreu muito com as consequências da morte de Ayrton Senna em 1994. Recaiu sobre os seus ombros a responsabilidade de vitórias nacionais na categoria mesmo sem ter condições técnicas e psicológicas para tal. Barrichello foi um dos melhores pilotos de kart em sua época conseguindo 5 títulos brasileiros de Kart. Foi campeão da F-Opel em 1990 e disputou a F3 Britânica e a F3000. Chegou a F1 em 1993 a bordo do Jordan Hart. Fez uma prova memoravel em Donington Park no mesmo ano, abandonando a poucas voltas do fim quando era o 3o colocado. Ficou na Jordan até 1996, conseguindo 1 pole. Topou o desafio de liderar a novata equipe Stewart que tinha apoio total da Ford. Em 3 anos de equipe, reconstruiu sua carreira, conseguiu pódios como em Monte Carlo em 1997 e Magny-Cours em 1999 e graças a sua competência conseguiu uma vaga na Ferrari para a temporada de 2000. Dividir a equipe com Michael Schumacher foi o seu maior desafio na carreira. Sua contratação aumentou novamente o interesse brasileiro pela categoria e suas promessas por títulos aguçou ainda mais o apetite nacional. Erro fatal, pois Michael Schumacher foi soberano, conquistou 5 títulos consecutivos. Restou a Rubens dois vice-campeonatos, em 2002 e 2004. Conseguiu sua primeira vitória na Alemanha, em 2000. Numa corrida memorável, saiu da 18º posição no grid para a vitória. Extremamente emotivo, dedicou sua primeira vitória ao seu ídolo Senna. Ficou na equipe até 2005 de onde saiu brigado com a equipe graças aos privilégios dados ao alemão. Pilotou para a equipe Honda de 2006 até 2008, conseguindo um podio em Silverstone em 2008. Dado como aposentado no final da temporada, ressurgiu junto da nova equipe Brawn para formar dupla com Jenson Button. Conquistou suas duas ultimas vitórias na categoria e a 100a vitória brasileira na F1 em Valência em 2009. Desde 2010 pilota para a equipe Williams.
Barrichello em números:
314 largadas
11 vitórias
14 poles
2 vice-campeonatos mundiais

Barrichello em Kyalami 1993, a alegria da estréia.
Jordan Hart J194, o carro do 1o pódio em Aida, 1994.
A bordo do Stewart Ford, respeito conquistado de Jackie Stewart.
O dia da primeira vitória a bordo da Ferrari
Barrichello a bordo do histórico Brawn Mercedes. "o melhor que carro que já guiei na F1."
Barrichello e Frank Williams, a união presente.

Felipe Massa

 Na F1 desde 2002 quando estreou na Sauber, Felipe Massa sempre lutou para provar que é um piloto de ponta. Sua estréia na categoria foi marcada por arrojo extremo, tão extremo que levou broncas de seu então chefe, Peter Sauber. Ficou de fora da categoria em 2003, quando foi piloto de testes na Ferrari, retornou a categoria em 2004 pela mesma equipe suiça. Teve sua grande chance ao ser contratado pela Ferrari em 2006 para substituir Rubens Barrichello. No seu ano de estréia, conseguiu sua primeira vitória na categoria ao vencer o GP da Turquia. Dividiu a equipe com Michael Schumacher, a quem ele tem como ídolo e mentor. Sua vitória no Brasil em 2006 foi consagradora, gerando grande expectativa dos brasileiros quanto ao novo nº 1 do Brasil. Desde 1993 sem vitórias de brasileiros no Brasil, Felipe venceu de ponta a ponta e foi apontado como grande favorito ao titulo de 2007. 
Fez uma boa temporada, cometeu alguns erros e contou com erros crassos da Ferrari e ajudou seu então companheiro de equipe, Kimi Raikkonen, a conseguir o titulo mundial lhe entregando a vitória no GP do Brasil. Em 2008 Felipe foi soberbo. Fez uma temporada muito boa, conseguindo seis vitórias incluindo do GP do Brasil, a ultima do campeonato. Perdeu o campeonato na ultima curva quando Lewis Hamilton, seu concorrente direto, ultrapassou Timo Glock, conseguindo o 5o lugar, posição necessária para o seu título. A temporada de 2009 foi traumática, com o acidente na Hungria, Felipe ficou entre a vida e a morte. Se recuperou do acidente e voltou a F1 em 2010 com um novo companheiro de equipe - Fernando Alonso.
Dividir a equipe com o espanhol, considerado por muitos como o melhor piloto da F1 na atualidade, não tem sido das tarefas mais fáceis. Constantemente batido em treinos e corridas, Felipe não tem demonstrado a mesma combatividade de 2006/2007/2008, periodo pré-acidente. Felipe tem enfrentado forte pressão interna e se não obtiver resultados satisfatórios até o final de seu contrato, pode enfrentar uma decadência não prevista em sua carreira. 

Massa em números:
133 largadas
11 vitórias
15 poles
1 vice-campeonato

Massa a bordo do Sauber Petronas, estréia na F1 em 2002.
A bordo da Ferrari em 2006, sonho realizado.
1a vitória na F1, entre dois pilotos consagrados Alonso e Schumacher.
Consagradora vitória no GP Brasil em 2006.
A bordo do Ferrari 2011, lutando para provar que ainda é capaz de vencer.

Como vimos acima, não são poucos os pilotos nacionais que representam bem nossa bandeira na F1. Muitos criticam a forma nacionalista que alguns ainda utilizam para se referir ao Brasil nos esportes ao redor do Mundo. Para um país que não possui uma verve tão patriota, não custa nada valorizar o que é nacional e dar força e lembrança as estas conquistas. 
Sabemos que os tempos atuais da F1 não são tão favoraveis ao Brasil e que trabalhos de base e de infra-estrutura são urgentemente essenciais para o crescimento do automobilismo nacional, em especial monopostos. França, Inglaterra, Alemanha e Finlândia já passaram por situações semelhantes e conseguiram dar a volta por cima. Podemos citar apenas que a França ainda sofre porque desde a aposentadoria de Jean Alesi e Olivier Panis, nenhum piloto francês conseguiu engrenar uma carreira sólida na F1.
É hora de trabalhar mas nós não podemos esquecer das glórias que devemos valorizar.
Parabéns Brasil pelos 189 anos de sua independência!







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