domingo, 18 de março de 2012

A Magia de um Quarteto


Como Senna, Prost, Mansell e Piquet hipnotizaram fãs do automobilismo mundial

A Fórmula 1 2012 começou neste final de semana na Austrália com a presença de seis campeões mundiais (Schumacher, Vettel, Alonso, Hamilton, Button e Räikkönen), mas nenhum fã da F1 esquece da geração de ouro formada por Ayrton Senna, Alain Prost, Nigel Mansell e Nelson Piquet. 

Eles juntos conquistaram 11 títulos mundiais, isso é, uma década de títulos dominados pelo quarteto. Ayrton Senna, Alain Prost, Nigel Mansell e Nelson Piquet protagonizaram entre eles, talvez, as mais espetaculares batalhas dentro e fora das pistas que a F1 já assistiu.

A rivalidade entre os quatro elevou o interesse da F1 a niveis antes inimagináveis. O primeiro a chegar na categoria foi o brasileiro Nelson Piquet Souto Mayor. Oriundo da F3 aonde fora campeão, Nelson estreou em 1978 a bordo de um McLaren M23 da equipe Ensign. Após ingressar na equipe Brabham, conseguiu sua primeira vitória e o vice-campeonato em 1980. Seu primeiro título mundial veio em 1981 pela mesma equipe.

 Piquet estreou na F1 em 1978

O segundo a chegar na categoria foi o que mais conquistou títulos do quarteto, o francês Alain Marie Pascal Prost.
Ele estreou na F1 em 1980 a bordo de um McLaren Ford. Após aceitar o desafio de correr na equipe francesa Renault, Prost conseguiu sua primeira vitória em 1981 justamente no GP da França, em Dijon-Prenois.

Considerado o mais cerebral e técnico dos quatro, Prost sempre foi um piloto muito bem colocado politicamente dentro da categoria, o que tornava sua imagem perante os demais um pouco distorcida. Gozava da amizade do então chefão da FIA - Jean Marie Balestre.

 Alain Prost, "O Professor".

Apesar de ter iniciado bem na F1, o primeiro título mundial do francês veio apenas em 1985 a bordo do McLaren TAG Porsche. Após anos de tentativa com o Renault, aonde conseguiu o vice-campeonato mundial de 1983 após perder a batalha contra o brasileiro Nelson Piquet, Prost voltou a equipe aonde estreara em 1980.

Conseguiu o bicampeonato 1985/1986, entretanto em 1984 conheceu o seu maior rival dentro das pistas, seu nome: Ayrton Senna da Silva.

 Alain Prost e McLaren - 3 títulos mundiais.

O terceiro da lista também iniciou na categoria em 1980, talvez o mais agressivo do quarteto, seu nome é Nigel Ernst James Mansell.
Começou pela lendária equipe Lotus, aonde foi pupilo de Colin Chapman de 1980 até 1984, sem conseguir vitórias.

Sem chamar muita atenção, Mansell foi contratado pela equipe Williams para ser companheiro do finlandês Keke Rosberg em 1985. Fortemente identificado com a equipe, Mansell conseguiu sua primeira vitória na categoria no GP da Europa disputado na Inglaterra, no circuito de Brands Hatch.

 Nigel Mansell, "O Leão"

Após a saída de Keke da Williams, Mansell teve em Nelson Piquet o seu maior rival dentro e fora das pistas. Após batalhas épicas, Mansell conseguiu dois vice-campeonatos. Em 1986 perdeu o título na última etapa quando era franco favorito, e em 1987 após conseguir se impor perante Piquet, se lesionou nos treinos do GP do Japão e abandonou a disputa. Seu primeiro e único titulo mundial veio apenas em 1992, quando o "Leão" tinha 38 anos.

O ultimo do quarteto a chegar na categoria foi o mais brilhante de todos, Ayrton Senna da Silva.

O mais jovem do quarteto, chegou na categoria em 1984 a bordo do Toleman Hart aonde conseguiu dois pódios, sendo um deles histórico em Mônaco. Sua ida para a Lotus em 1985 acabou dando chances ao grande talento do jovem Ayrton. Sua primeira vitória veio na segunda etapa do campeonato em pleno diluvio português de Estoril. Foram três anos de Lotus com seis vitórias e inúmeras poles. O casamento com a McLaren resultou no tricampeonato mundial e na confirmação do talento.

 Ayrton Senna, "O Imortal"

Nélson Piquet vs. Alain Prost


Talvez a rivalidade entre os dois seja a mais "fria" dentro do quarteto. Piquet e Prost disputaram o título mundial de 1983 com vitória do brasileiro. Os dois mantiveram um certo respeito entre eles e poucas vezes um acusou o outro de deslealdade.

Está certo que a decisão do título entre os dois foi controvertida. Piquet acusou Prost de ter sido "sujo" ao disputarem a curva Tarzan durante o GP da Holanda. Prost tentou a ultrapassagem, errou a tangência da curva e acabou acertando Piquet.

Para Piquet, Alain sempre foi um piloto bom, como qualquer outro, mas que tinha na política sua grande arma dentro da Formula 1. Alain Prost sempre respeitou o tricampeão mundial, a ponto de indica-lo como um possivel companheiro de equipe na McLaren em 1988.

 Prost x Piquet - Holanda 1983

Prost x Piquet - EUA 1987

Prost x Piquet - Austria 1983

Piquet brinca com Prost durante entrevista, 1991.

 Nigel Mansell vs. Nelson Piquet




Rivalidade nascida das divergências ocorridas dentro da equipe Williams, Piquet e Mansell jamais se entenderam. Nigel teve a ajuda dos compatriotas ingleses para andar no mesmo nível do brasileiro. Após o acidente sofrido por Frank Williams, o que lhe deixou tetraplégico, o engenheiro e sócio da equipe - Patrick Head assumiu a maioria das decisões da equipe, e sua preferência por um título do compatriota era nítido.

Durante a temporada de 1986, Piquet e Mansell duelaram pelo título até a última etapa do campeonato. Na Austrália, deu tudo errado para a dupla da Williams.

Mansell era o favorito ao título, mas seu pneu estourou em plena reta por causa dos defeitos de fabricação da fabricante da época, Goodyear. Alain Prost passou pelo mesmo drama só que seu pneu estourou poucos metros antes da entrada dos boxes, fazendo com o que o francês perdesse pouco tempo. O título estava livre para Nelson Piquet, só que o brasileiro começou a sentir fortes vibrações no seu carro, o que provocou uma parada extra nos boxes. O título acabou caindo nas mãos do francês Alain Prost, da rival McLaren.

Estouro do pneu em Adelaide - Fim do sonho para Mansell.

Mansell x Piquet - Espanha 1987

Em 1987 a rivalidade aflorou. Piquet e Mansell dispunham de um equipamento superior aos demais. Após o forte acidente do brasileiro na curva Tamburello em San Marino, Mansell emplacou vitórias e poles. A batalha épica em Silverstone é um capítulo à parte desta rivalidade. Aos poucos, Piquet foi recuperando terreno e no final do campeonato, Mansell teve um forte acidente durante treinos do GP do Japão e abandonou a disputa. Tricampeonato para o brasileiro Nelson Piquet, e mais uma desilusão para Nigel Mansell.

Mansell x Piquet - Silverstone 1987

Mansell x Piquet - Austria 1987

Mansell x Piquet - Australia 1990

Piquet comenta sobre seus rivais

Nigel Mansell vs. Alain Prost


Sabemos muito bem que franceses e ingleses não gozam de tanta simplicidade entre ambos. Quando a Ferrari anunciou a contratação de Alain Prost para o lugar de Gerhard Berger para a temporada de 1990, todos esperavam uma reação intempestiva do inglês Mansell.

O jeito político de Prost conseguiu domar o "Leão" Mansell nos primeiros meses de trabalho. Conforme o ano foi progredindo e Alain foi conseguindo melhores resultados e maior atenção da equipe, Mansell desequilibrou-se.

Durante o GP da Inglaterra, anunciou que abandonaria a categoria porque não aguentava mais o clima dentro da Ferrari. Voltou atrás após convite de Frank Williams para pilotar um de seus carros com o status de "número 1".

No final do ano, atrapalhou Alain Prost durante o GP de Portugal deixando caminho livre para as McLaren de Senna e Berger, resultando em um clima hostil dentro da equipe.

Prost x Mansell na Ferrari em 1990

Prost e Mansell protagonizaram poucas disputas dentro das pistas, o último capitulo desta rivalidade foi a conturbada saída do inglês da Williams em 1992. Com o título já conquistado, Nigel negociava sua renovação e ficou extremamente chateado ao saber da contratação do francês Alain Prost e da intenção de Frank Williams de contar com Ayrton Senna.

Após o descobrir os reais planos da Williams, Mansell migrou para os Estados Unidos para ser campeão da Fórmula Indy pela equipe Newmann-Hass.

 
Mansell x Prost - Bélgica 1989

Mansell x Prost - França 1991

Mansell x Prost - Alemanha 1987

Ayrton Senna vs. Nelson Piquet


A rivalidade entre os brasileiros foi tensa fora das pistas e fria dentro. Os dois protagonizaram a mais espetacular ultrapassagem da história da F1, durante o GP da Hungria em 1986. Nelson Piquet pilotando sua Williams Honda conseguiu uma linda ultrapassagem por fora, derrapando nas quatro rodas após tentativas frustradas.

Durante testes de 1983, Senna e Piquet foram postos frente a frente por Bernie Ecclestone, então chefe da Brabham, para testar o bólido com motor BMW turbo. Piquet foi o mais rápido e Ayrton Senna acusou o compatriota de veta-lo na equipe. A versão de Piquet é que a Parmalat, patrocinadora principal da equipe na época, não queria dois brasileiros na equipe e indicou um italiano - Riccardo Patrese, Hipótese mais plausível.

 Senna sentado no Brabham de Piquet - O ínicio das rusgas.

Senna x Piquet em ação na Hungria, 1986

O ápice desta rivalidade ocorreu durante testes em Jacarépagua para a disputa da temporada de 1988. Ayrton Senna, então recém contratado pela McLaren, disse que "era bom desaparecer um pouco para dar espaço para Nelson Piquet aparecer na mídia, ja que tinha sido tricampeão". A resposta de Piquet veio como um soco no estômago. "Ele desapareceu porque não quer explicar para a mídia que não gosta de mulher"., disse na época Piquet.

As consequências destes comentários correram o Mundo. E quase chegaram as vías jurídicas. Piquet se retratou e os dois nunca mais falaram no assunto. Piquet e Senna dividiram algumas vezes o pódio até a aposentadoria do tricampeão Nelson em 1991.

Piquet x Senna - Hungria 1986 

 Ayrton Senna vs. Nigel Mansell




Uma rivalidade cheia de arrojo e agressividade, assim podemos resumir o que foi SENNA vs. MANSELL. Um não aceitava perder para o outro, e a agressividade das disputas era de tirar o fôlego de qualquer apaixonado por automobilismo.

Talvez esta rivalidade tenha sido a mais testemunhada pelo Mundo da Formula 1. Mansell e Senna por possuírem estilos parecidos, quando se encontravam na pista, era um roda-a-roda, fecha a porta, tentativa de ultrapassagem pela parte limpa ou suja da pista, e muitas vezes um dos dois ficava pelo caminho.

Essa rivalidade possui vários capitulos épicos, como a disputa nas voltas finais em Monte Carlo 1992 quando Ayrton Senna segurou bravamente Nigel Mansell e sua Williams de outro planeta, ou então o roda-a-roda do GP da Espanha de 1991 (conforme foto acima) e outras tantas. 

Confira nos videos o espetáculo SENNA vs MANSELL >

Senna x Mansell - Mônaco 1992

Senna x Mansell - Espanha 1991

Senna x Mansell - Bélgica 1987

Senna x Mansell - Espanha 1986

Senna x Mansell - Hungria 1989

Senna x Mansell - Australia 1992

Senna x Mansell - Itália 1991

Senna x Mansell - Brasil 1986

Senna x Mansell - Japão 1991

 Ayrton Senna vs. Alain Prost


A mais tensa e perigosa rivalidade que já existiu na história da F1. Ayrton Senna e Alain Prost magnetizaram o mundo da F1 por uma década. Desde o encontro dos dois, no pódio do GP de Monte Carlo em 1984 até o derradeiro pódio dos dois na F1, em Adelaide, no GP da Australia em 1993, Senna e Prost viveram capítulos de paixão e ódio.

Prost, então bicampeão mundial e intocável dentro da equipe McLaren, indicou Ayrton Senna como um potencial nome para ser seu companheiro de equipe, indicação prontamente atendida pelo chefão Ron Dennis.

A relação dos dois começou de maneira harmoniosa. Cada um respeitando o espaço do outro. A bordo do espetacular McLaren MP4/4, os dois monopolizaram o campeonato de 1988. Ayrton e Alain travaram algumas batalhas dentro das pistas, com ligeira vantagem para o brasileiro que acabou levando o título mundial de 1988.

 Pódio Mônaco 1984 - O encontro dos "deuses"

Senna, campeão mundial de F1 em 1988.

A animosidade entre ambos iniciou-se em San Marino, 1989. Os dois possuíam um "acordo de cavalheiros", que quem largasse melhor, não incomodaria o outro até o final da volta. Na primeira largada, Ayrton Senna largou melhor e Prost respeitou o acordo. Só que a corrida foi paralisada por causa do acidente de Gerhard Berger na Tamburello.

Na segunda largada, Prost largou melhor e Senna veio atrás. Antes da curva Villeneuve, Ayrton emparelhou com Prost, ultrapassando-o.
No final da prova, Senna venceu e Alain estava revoltado com a "traição" do brasileiro. Ayrton deu de ombros para os questionamentos de Prost, colocando fogo na rivalidade.

O ínicio da animosidade - San Marino 1989

A partir deste capitulo, Senna e Prost nunca mais trocaram afagos. E o clima dentro da equipe ficou insustentável. Alain acusava a equipe McLaren e Ron Dennis de privilegiarem o brasileiro. Ao seu lado, Prost tinha o carisma de Jean-Marie Balestre, então chefão da FIA.

O capítulo final de 1989 veio em Suzuka. Disputa pelo título mundial. Prost lidera a corrida e Senna tendo dificuldades para acompanha-lo. Da metade para o fim da corrida, Senna se aproxima e tenta a ultrapassagem. Prost fecha propositalmente a porta e os dois colidem. Prost abandona o carro e Ayrton retorna cortando a ultima chicane. Seu bico quebra e ele para troca-lo. Volta em 2o bem atrás do italiano Alessandro Nannini. O brasileiro consegue tirar a diferença e ultrapassa-lo para a vitória.

Suzuka 1989 - Senna x Prost

Só que, por força da FIA, Ayrton Senna é desclassificado da corrida por ter voltado a pista cortando a última chicane antes da reta. Senna perde a vitória no tapetão. Inicia-se a "guerra fria".

A temporada de 1990 também é marcada pela rivalidade entre Senna e Prost. Vitórias para ambos e a decisão chega para o mesmo palco do ano anterior. Nesta ocasião, as situações invertem-se. Prost necessita da vitória. 365 dias após o incidente em Suzuka, um novo capitulo coloca fogo nesta rivalidade.

Prost larga melhor e Ayrton Senna entra no vácuo da Ferrari do francês. Sem pensar duas vezes, Senna "atropela" o carro do francês e os dois abandonam a disputa. Titulo mundial para o brasileiro.

Suzuka 1990 - Senna x Prost

Em 1991, os dois mantiveram a "guerra fria". Graças a baixa competitividade da Ferrari, Prost pouco fez ante a McLaren de Senna. Em 1992, Prost ficou fora da F1 após ser demitido da equipe italiana no final da temporada anterior.

Sua volta à F1 em 1993 foi polêmica. A rivalidade que estava arrefecida, voltou com a mesma temperatura infernal após Ayrton Senna descobrir o veto de Alain Prost de ter o brasileiro como companheiro de equipe na Williams Renault.

Senna chama Prost de covarde ao saber do veto, Estoril 1992.

A temporada de 1993 foi uma das mais espetaculares. Senna, a bordo do pouco competitivo McLaren Ford, muitas vezes fez frente ao poderoso Williams Renault do francês Alain Prost.

A batalha entre os dois no primeiro GP do ano, na Africa do Sul deu amostras do que seria o ano.

 
Senna x Prost - Africa do Sul 1993

Senna x Prost - Inglaterra 1993

Senna x Prost - San Marino 1993

Pódio do GP da Australia 1993 - O Fim da Geração de Ouro

A rivalidade terminou de maneira bonita, os dois grandes rivais fizeram as pazes no pódio do GP australiano, em Adelaide. Ayrton Senna reconheceu o talento e a história do francês, que estava se aposentando.

Terminava neste pódio, um capítulo de ouro na história da Fórmula 1. Terminava ali o quarteto fantástico.

Um pouco mais de SENNA vs. PROST >>>

 
Senna x Prost - Portugal 1988

Senna x Prost - Canadá 1986

Senna x Prost - Itália 1991

Senna x Prost - Inglaterra 1985

Senna x Prost - Canadá 1988

Senna x Prost - Portugal 1990

Senna x Prost - Japão 1993

Senna x Prost - Japão 1988

O "adeus" de Senna ao seu eterno rival - Alain Prost



" Eles fazem a história e nós escrevemos a história..."

domingo, 11 de março de 2012

FIA World Endurance Championship 2012

12 Horas de Sebring


Por Anderson Rodrigues
@gktrainer

Olá pessoas!
Aproveitando a chegada do novo World Endurance Championship, hoje vamos falar do evento que será a etapa inicial desse campeonato, as 12 horas de Sebring, que nesse ano estará realizando a 60ª edição de uma das mais famosas provas das corridas de longa duração no planeta.

História

Disputada num dos mais lendários circuitos das corridas de longa duração em todo o mundo, situado na cidade de Sebring, na Flórida (EUA), é um dos circuitos mais antigos dos Estados Unidos. O local foi inaugurado em 1941, servindo como base áerea da USA Force Air, sendo utilizada para treinar pilotos a usarem bombadeiro militar B-17 Flying Fortress. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a pista passou por um período de inatividade. Nesse ano, ficou marcado o ínicio da retomada do automobilismo em todo o mundo, pois a indústria automobilistica precisava aplicar sua tecnologia, uma vez que não havia mais guerra.

O primeiro traçado mesclava a pista da base aérea e estradas que ligavam os vilarejos em volta da base aérea.

                                                       
 1º traçado de Sebring

Em 1950, foi realizada a primeira corrida no local, como antigo European Grand Prix Motor Racing, precursor da Fórmula 1, mas também é considerada a primeira corrida de longa duração no local, pois o que determinou a duração da prova não foi a quilometragem e sim o relógio. Essa prova teve duração de 6 horas, e teve como vencedores Fritz Koster e Ralph Deshon, pilotando um Crosley Hot Shot.

  
O Crosley Hot Shot sendo pilotado para a vitória em 1950

Após essa prova, que não teve caráter oficial, voltariamos a ter corrida lá em 1952, valendo pelo campeonato da AAA (American Automobile Association), somente com pilotos americanos.

 
Traçado da primeira corrida das 12 horas de Sebring

O ano de 1953 ficou marcado como o ano da primeira corrida no World Sportscar Championship no local, com poucos pilotos não nascidos nos EUA, mas mesmo assim, a prova contou com 81 carros. A prova foi vencida pela dupla Phil Waters e John Fitch, ambos americanos, com o Cunningham C4-R Chrysler. No carro que chegou em 2º lugar, um Aston Martin DB3, teríamos a dupla britânica Reg Parnell e George Abecassis. Parnell seria piloto e dono de equipe de F1, sendo piloto em 7 GP's e chefe de equipe, com parcerias de certo sucesso com a Brabham e BRM.

Destaques
 
Entre pilotos, o destaque maior é Tom Kristensen, o dinamarquês é o maior vencedor da prova, com 5 triunfos, nos anos de 1999 (BMW), 2000, 2005, 2006, 2009 (todos com Audi).

  Tom Kristensen conduzindo o seu BMW LMR v12 para a vitória, em 1999

Depois vem Dindo Capello e Frank Biela, com 4 triunfos cada. Mario Andretti, Hans-Joachim Stuck e Allan MacNish, vem logo a seguir, cada um com 3 vitórias.

O fabricante com mais vitórias é a Porsche, com 18 triunfos no total, nos anos de 1960, 1968, 1971, 1973, entre 1976 e 1988 e 2008. Depois temos a Ferrari, com 12 triunfos e a Audi, com 9. Porsche e Ferrari conseguiram a maioria das suas vitórias no antigo Mundial de Protótipos, ou WSCC.

 Porsche R60, sendo conduzido para a vitória em Sebring, em 1960.

A primeira vitória da Porsche foi conquistada pela dupla Olivier Gendebien e Hans Hermann, a bordo do Porsche RS60.

 Olivier Gendebien e Hans Hermann, no pódio de Sebring

A etapa com maior destaque foi a de 1970, no auge do World Sportscar Championship. A prova contou com vários pilotos conhecidos da época, como Mario Andretti, Peter Revson, Pedro Rodriguez, Jo Siffert, Henri Pescarolo, Piers Courage, Dan Gurney, François Cevert e Steve McQueen.

 Steve McQueen se preparando para a prova.

A corrida teve o domínio dos motores 5 litros, usados pela Ferrari 512S e Porsche 917. O vencedor foi o carro 21, conduzido pelo trio Giunti/Vaccarella/Andretti, com o Ferrari 512S, seguido pelo Porsche de McQueen/Revson. A diferença entre os dois carros foi de 22 segundos, pouca para uma prova de 12 horas, e além disso, o carro vencedor era de uma categoria bem mais forte do que o Porsche que chegou em 2º lugar.

A equipe Ferrari estava em 2º lugar, faltando 2 horas para terminar a corrida, Mauro Forghieri (então chefe de equipe) decidiu que Mario Andretti deveria conduzir o carro até o final, para recuperar o atraso causado por um longo pit stop, causado por um conserto no motor.

 Porsche e Ferrari, duelando pela vitória em Sebring.

Dias Atuais

Pôster do Evento de 2012.

Como citado acima, a prova desse ano marca a 60ª edição da tradicional corrida, além disso, marca também a estréia do novo World Endurance Championshio, criado pela FIA em conjunto com o ACO (Automobile Club de l'Ouest, responsável pela organização das 24 horas de Le Mans). Essa prova será válida também pela American Le Mans Series, campeonato americano de provas de longa duração, organizado pela IMSA.

                         
O traçado atual

O traçado utilizado tem 5.954 metros, com 17 curvas e vários trechos de alta. A pista também é lembrada pela irregularidade do piso, por serem bem largas e por ter vários pontos de ultrapassagem, o que proporciona uma corrida bem movimentada.

A prova desse ano contará com 63 carros inscritos, nas mais diversas categorias dos dois certames. Destaque para a ausência da Peugeot das corridas de longa duração, com a decisão tomada pelo Grupo PSA em janeiro, devido a crise que se instalou na Europa. Vale lembrar que a Peugeot foi a vencedora de 2011, em Sebring, com o trio Löic Duval/Nicolas Lapierre/Olivier Panis, no carro não-oficial de fábrica do Team Oreca Matmut.

 O trio Duval/Panis/Lapierre comemorando a vitória em 2011.

Com a ausência da Toyota dessa etapa, pois ela estréia somente nas 6 horas de Spa, a Audi corre como favoritissima nessa etapa, com modelo vencedor das 24 horas de Le Mans, o R18 TDi e toda a tropa de pilotos da equipe de fábrica, com os trios Andre Lotterer/Benoit Treluyer/Marcel Fässler (trio que ganhou Le Mans), Tom Kristensen/Allan McNish/Dindo Capello e Romain Dumas/Timo Bernhard/Löic Duval.

Nas outras categorias, os destaques são para a estréia da Lotus na LMP2, com o comando de Collin Kolles, aquele mesmo que fazia suas barbaridades na Hispania. Na LMPC, o destaque é a participação de Bruno Junqueira pela equipe RSR, utilizando o Oreca FLM09 Chevrolet. Pela LMGTE-Pro, Giancarlo Fisichella estará participando pela tradicional AF Corse, pilotando uma Ferrari F458 Italia, junto com Gianmaria Bruni.

É isso, abaixo um video com uma câmera onboard instalada no Audi R18, feito nos treinos livres para a prova de 2011.

Até mais!

Video onboard em Sebring

Fontes:

www.sportwagen-hp.de
www.wspr-racing.com
www.wikipedia.org
www.porsche.com

Mais em:

www.fiawec.com

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