sábado, 7 de setembro de 2013

WEC - 6 horas de Interlagos

Um dia na WEC

Meu relato do inesquecível dia nas 6 horas de Interlagos



Domingo, dia 1º de Setembro de 2013 era aniversário do meu clube do coração Sport Club Corinthians Paulista, mas eu e minha família estávamos preocupados com outro evento, as 6 horas de Interlagos do campeonato mundial de endurance.

                Nosso dia começou as 7h da manhã, tomamos um café da manhã, nos arrumamos e pegamos a estrada exatamente as 8h da manhã. Estrada tranqüila e uma incrível São Paulo sem trânsitos.

                   A aproximação do autódromo de Interlagos começamos a perceber o incrível barulho dos carros vindo do interior, tentamos encontrar um estacionamento porém em vão, achamos uma vaga e estacionamos o carro sem nos preocupar com distancia ou segurança, coisa impensável nos dias de hoje na megalópole paulistana.

                   Nos direcionamos a entrada do portão A e fomos surpreendidos pela multidão em direção a entrada do miolo do circuito, era o horário para a visitação dos boxes. Entramos na fila e percebemos que a educação brasileira para grandes eventos está devendo e muito. Carregando minha filha nos braços acompanhado da minha esposa, fomos empurrados e muitos não respeitavam a nossa situação. O calor estava insuportável e a umidade baixa, provavelmente a temperatura estava na casa dos 33ºC.

                   Com bastante esforço conseguimos entrar na área dos boxes. Foi incrível a sensação de ver aqueles bólidos frente a frente. Com a câmera em mãos tentava tirar fotos dos carros mas como mencionara anteriormente a educação em locais amontoados é difícil de se esperar, e pela primeira vez percebi que as instalações de Interlagos são realmente pequenas para receber grandes eventos como a WEC e a Fórmula 1, tudo é muito pequeno e acanhado, as instalações não dispõe de grandes espaços e a ótima vontade da organização da WEC de disponibilizar um tempo para visitação aos boxes e os pilotos torna-se uma tarefa desafiadora tanto para organizadores quanto para visitantes.

Multidão nos boxes
Aston Martin do Bruno Senna
                   Temos que deixar muito claro, muito boa a atitude da organização do evento e do campeonato este precioso tempo. O contato com os carros e os pilotos é incrível. Estar perto daqueles que protagonizam o evento é uma sensação ótima para quem é fã de automobilismo e se dispõe a acompanhar o campeonato, ponto positivo para o nosso herói Emerson Fittipaldi.

Lotus Rebellion

                   Minha saga nos boxes continuou. Vi a Ferrari do Giancarlo Fisichella e do Kamui Kobayashi, notei as linhas do Aston Martin do Bruno Senna e os fantásticos carros da Lótus, Audi e Toyota. Consegui tirar algumas fotos, estava difícil pela situação de multidão e pouco espaço.
                  
                   Meu objetivo era colher os autógrafos do sobrinho do meu ídolo, Bruno Senna e do brasileiro Fernando Rees. Era praticamente impossível ficar na fila para pegar o autógrafo do Bruno, uma multidão numa fila que não andava porque os bons modos brasileiros regem que você deve “fular a fila”, percebendo que seria difícil, tentei chegar próximo do piloto e tirei uma foto e mandei uma saudação ao Bruno, não tive o prazer de conhecer o meu ídolo mas conheci seu sobrinho.

A multidão em cima do Bruno Senna
Bruno Senna
                   Andando pelos boxes, consegui o autógrafo do piloto Fernando Rees. Uma grande pessoa, atendia a todos com extrema paciência, sorriso no rosto e carisma. Certo momento a multidão começou a rodear os pilotos em busca de autógrafos, neste momento percebi um certo receio dos pilotos estrangeiros. Fernando Rees estava em casa e não se sentia ameaçado.

Fernando Rees
Nicolás Prost
                   Notei o apuro no rosto de Nicolas Prost, filho do tetracampeão mundial de F1 Alain Prost, Anthony Davidson e Stephane Sarrazin, apesar da ótima atitude da organização faltou um pouco de ordem.

                   Após a saga pelos boxes, seguimos para o village, o miolo do circuito contava com pequenos eventos como lojas de souvenirs, barracas para lanches, carros antigos para exposição, um parque de diversões além de uma mini pista de buggy. Não tínhamos muito tempo para a largada. Fizemos um lanche, compramos uns souvenirs, tiramos fotos e conhecemos o Fittipaldi FD04.

Village, no miolo do autódromo
Audi # 1, o campeão da prova

Fittipaldi FD04, o Fórmula 1 brasileiro
                   Voltamos para as arquibancadas e perdemos a largada. Estava na segunda volta. A cada passagem dos bólidos na reta de chegada um barulho imenso nos contagiava. Minha filha pequena parecia experiente naquele tipo de situação, vibrava a cada passagem dos carros, tudo era motivo de festa.

                   Notei cada barulho dos motores dos bólidos. O som mais surpreendente era dos carros da Audi. Todos os outros pareciam barulho de motores à combustão menos os carros alemães. Um som parecido de um trovão rasgava a reta parecendo um som elétrico. Era incrível a velocidade dos carros, acompanhei o momento da ultrapassagem do Audi #1 no Lótus Rebellion na reta de chegada, foi como se o Lótus tivesse muito menos potência.

Visão da Arquibancada A
                   O incêndio da Ferrari do Villander foi o grande momento para nós. Estávamos acompanhando os carros eis que uma bola de fogo sai da traseira do carro e ele para na subida da junção e o fogo começa a se alastrar pelo carro, o nosso medo tinha diminuído porque vimos o piloto saindo do carro mas a imagem foi assombrosa, como deve ter sido ver ao vivo os carros nos anos 60/70 em chamas com os pilotos vivos dentro dos carros? É aterrorizante só de imaginar.

                   Enfim, nossa aventura estava terminando, com duas horas de prova, meu compromisso estava terminado, tinha mais quatro horas de prova pela frente mas meu dia estava selado, meu sonho realizado e era hora de voltar para casa. World Endurance Championship, uma prova que vale a pena assistir.

                  



Grande Prêmio da Itália 1992