sexta-feira, 27 de maio de 2011

Kart Masters 2011

Clipe da Etapa 3

Steel Tormentor


Etapa realizada no dia 30 de Abril de 2011 no kartódromo de Interlagos, São Paulo - SP. O campeonato segue acirrado, sem o favorito ao tricampeonato Raphael Mesquita, a disputa pelo título segue aberta sem um favorito absoluto, equilibrio total.

Kart Masters 2011 TOP 5
  1. Mathis Melcon com 62 pontos e 2 vitórias
  2. Bruno Braz com 62 pontos e 1 vitória
  3. Rodrigo Lara com 59 pontos e 1 vitória
  4. Cláudio Souza com 57 pontos e 1 vitória ==> PaddockGP
  5. Rodrigo Chafick com 57 pontos
33. Daniel Mendes com 33 pontos ==> PaddockGP

A equipe PaddockGP que representa este blog está com um bom desempenho este ano, tendo conseguido 1 vitória. Próxima etapa neste sábado, 28 de maio, no kartódromo de Interlagos.

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www.kartmasters.com.br

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Por que Piquet e Senna viraram inimigos

Uma bandeira, dois pilotos

Senna e Piquet, intrigas e respeito mútuo entre os campeões.

Jamais entendi por que o país se dividiu na idolatria entre Ayrton Senna e Nelson Piquet. Seria anormal a identificação com a espontaneidade - às vezes até azeda - de Piquet, ou a admiração pelo recato - até inexorável - de Senna com os fãs. Mas surgirem legiões anti-Senna ou anti-Piquet, sendo ambos tricampeões e brasileiros, é, no mínimo, algébrico.

Eu, que estive em minoria como fã dessa dupla fantástica, acho que, mesmo inconsciente, foram eles que animaram essa divisão com os dardos de suas pirraças particulares. E, ironicamente, quanto tivemos a maior força na Fórmula 1 nas pistas do mundo.


Os jovens pilotos da época, nota-se a irreverência de Piquet com Senna.

O primeiro desentendimento entre Senna e Piquet surgiu em 1983, quando Bernie Ecclestone, dono da Brabham e patrão de Piquet, quis conhecer melhor Ayrton Senna. Ele era a grande revelação da época e Ecclestone, como os demais donos de equipe, ficou de olho nele. Chamou Piquet e propôs: "Eu gostaria de avaliar melhor esse brasileiro e fazer um comparativo entre vocês. O que você quer para topar um teste justo, em absoluta igualdade de condições?".

Piquet garante que exigiu apenas a igualdade. Daria meia dúzia de voltas com pneus velhos e acertaria o carro. Então colocaria pneus novos e faria a tomada de tempo. Senna deveria ter as mesmas condições. "E se ele fizer o mesmo tempo ou menos?", provocou Ecclestone.
"Bom, se isso acontecer, eu te pago 100 mil dólares. Mas se for o contrário, você é que me paga os 100 mil", propôs Piquet.

Ecclestone riu, concordou com a cara de quem tem um ás na manga, e os dois pilotos brasileiros foram para o circuito Paul Ricard, na França, fazer o teste.


Senna durante os testes com a Brabham, o ínicio dos desentendimentos.

Piquet seguiu o roteiro combinado, mas teve uma surpresa ao entrar no carro: a mando de Ecclestone, a válvula de regulagem de potência do turbocompressor estava lacrada num ponto imutável. Era uma artimanha do patrão para que o teste fosse realmente justo. Afinal Piquet, além de malandro, conhecia bem o carro e o motor com o qual tinha sido campeão.

Na versão de Piquet tudo seguiu como o estabelecido: ele deu cinco voltas com pneus usados, trocou-os por novos, fez o tempo de 1min7s (no pequeno circuito de Paul Ricard) e entregou o Brabham. Ayrton Senna fez a mesma coisa com os pneus velhos, mas usou mais jogos de pneus novos e não conseguiu atingir a marca de Piquet.

Mesmo assim o teste foi considerado muito bom e o próprio Piquet admite que elogiou Senna para o patrão, que resolveu contrata-lo.

Mas, segundo Piquet, a Parmalat, multinacional italiana, patrocinadora da Brabham na época, não aceitou.
"Eles queriam um italiano (no caso Riccardo Patrese), e não outro brasileiro. Daí o Senna saiu dizendo que eu havia boicotado ele. Eu só ganhei 100 mil dólares", ironizava Piquet.

 Piquet não perdia a chance de ironizar os feitos de Senna.

As relações azedaram mais quando Piquet saiu da Williams para a Lotus, em 1988, e disse que a primeira providência que tomaria antes de entrar que fora de Ayrton Senna seria desinfetá-lo bem.
Em janeiro, porém, Piquet resolveu ser diplomático e jogar água fria na briga, elogiando Senna: "Ele é um bom piloto, ainda não é campeão, mas seguramente será. Tem tanto talento quanto eu, e não é lógico essa história de ficar brigando, como se a torcida fosse obrigada a escolher entre um e outro. Acho que ele só está errado em já se achar o melhor. Isso é péssimo. É importante acreditar que alguém é melhor que você para continuar progredindo".

Em 1988, quando a guerra travada entre os dois parecia terminada, Senna, mesmo brincando, acendeu o estopim de uma explosão que nunca mais se apagou. Depois de assinar com a McLaren, Senna isolou-se do mundo e só reapareceu no dia 6 de março no circuito do Rio de Janeiro, onde várias equipes, inclusive a Lotus, testavam pneus e fez uma declaração publicada na íntegra no Jornal do Brasil: "Eu tinha que dar aos outros uma chance de aparecer um pouco. Afinal, não tem sentido um cara ser tricampeão e eu continuar sendo assunto. Já que ninguém gosta muito dele, o único jeito era eu sumir para que ele pudesse aparecer um pouco."

 No ínicio de 1988, Senna fez uma declaração infeliz o que provocou resposta forte de Piquet.

A réplica, bem ao estilo Piquet, veio rápida e atingiu Senna em cheio: "Senna desapareceu esses meses não foi para deixar eu aparecer. Foi para não ter que explicar à imprensa brasileira por que não gosta de mulher".

Estava deflagrada a nova guerra. Senna - como já esperava Piquet - levou a declaração muito a sério. Nem os conselhos do diplomático diretor da McLaren, Creighton Brown, para que o comentário fosse aceito como brincadeira, acalmou o piloto. Senna esbravejou, chamou Piquet de débil mental, sugeriu que "um cara como esse deveria ser internado pelo resto da vida num hospício para evitar falar tantas bobagens.".

Piquet, certo de que tinha provocado um estrago, não mudou o tom. "Eu apenas disse que ele não gosta de mulher, e ele não gosta mesmo. Mantenho o que disse", reafirmou em 9 de março de 1988. No mesmo dia, os jornais publicaram na íntegra um telegrama de Ayrton Senna, que examinava a possibilidade - depois confirmada, por meio dos seus advogados, de processar o detrator.

 A Guerra entre Senna e Piquet deflagrada em 1988 chegou as vias judiciais.

Quando a oficial de justiça entregou a intimação a Nelson Piquet, no autódromo, em 13 de março para comparecer num prazo de 48h à 22a Vara Criminal, do RJ, onde deveria confirmar ou negar as suas declarações, o bate-boca já era assunto mundial. Era pública a intenção dos advogados de Senna em enquadrá-lo no crime de difamaçao e injúria (previa uma pena de 1 ano e meio de detenção) no caso de confirmar a declaração de que "Senna não gostava de mulher".

O L'equipe, principal jornal francês de esportes, deu sob a manchete "Escândalo Rio", que Piquet e Senna ultrapassaram o nivel de disputa, alcançando o ódio. Para o jornal tratava-se de uma inevitável e dramática escalada estimulada por certos jornais brasileiros. Criticavam Piquet por ter levantado dúvidas sobre a vida sexual de Senna, como se faz num recreio em colégio primário.
O Le Sport - também francês - afirmava que Piquet pretendeu deixar claro que Senna era homossexual e pergunta: "Como um tricampeão do mundo (Piquet) pôde ter derrapado tão gravemente?". O jornal ainda criticou duramente Piquet por suas "costumeiras brincadeiras, cada vez mais de mau gosto".

Os outros brasileiros, presentes ao circuito carioca, eram requisitados mais para opinarem sobre a briga do que pela performance na pista. Thierry Boutsen, piloto belga da Benetton: "É um absurdo. Eu conheço bem o Ayrton há tempo e sei que isso não é verdade. Talvez esse boato tenha surgido porque ele é tímido."
Riccardo Patrese, italiano da Williams: "É lamentável que a coisa tenha chegado a esse ponto". Alain Prost, francês da McLaren: "sem comentários".

Alessandro Nannini, italiano da Benetton: "Ainda que Piquet não tenha razão, Senna não deve se preocupar. Metade da população mundial é gay". A discussão entre Senna e Piquet deixava a McLaren e Lotus à margem dos treinos, propiciando um condimentado prato à imprensa italiana.
A revista italiana Panorama, com uma tiragem semanal de 800 mil exemplares, dedicou várias páginas à irreverência do tricampeão Piquet que "pôs em dúvida a fama de don juan que ostentam os pilotos de Formula 1".

Sob o título "Fórmula homo, sexo e motores", a reportagem estampava várias fotos de Senna e Piquet em belas companhias femininas, mas alertava que o assunto é daqueles que não podiam passar desapercebidos e a revista resolveu investigar a "afirmação" de Piquet. Os três autores da reportagem interrogaram diversas pessoas. Entre elas uma bela modelo morena italiana, que, embora insistisse em ficar incógnita, jura que Piquet mentiu. Disse na época: "Vivemos juntos (Senna e eu) durante seis mses, e não tenho dúvidas sobre a masculinidade de Ayrton".

Ayrton Senna e Carol Alt, um affair rápido.

Para os íntimos de Ayrton, Xuxa foi a sua maior paixão.

Senna e Adriane Galisteu, sua última namorada.

Os repórteres da revista mergulharam fundo nos bastidores da F1 e publicaram que outras personalidades do circo foram mais longe, informando à revista que "Katherine Valentim, modelo belga e ex-funcionária da grife Boss, patrocinadora da McLaren, foi íntima frequentadora de Senna, antes de ser companheira de Piquet". E nas entrelinhas a suspeita: "Quem sabe o ciúme também entrou na pista?".

A verdade é que Ayrton Senna nem Nelson Piquet imaginaram que suas ofensas ecoassem tão longe. Se Senna jamais se livrou completamente da aleivosia, Piquet ficou com a pecha de fofoqueiro, principalmente na imprensa francesa que jamais o perdoou depois do episódio.
Sentindo que a quarela tomava rumos incontroláveis, os advogados de Piquet, tentaram minimizar o fato, com argumentos até cômicos. Primeiro Piquet não teria falado em tom de entrevista. Disseram que houve um erro de interpretação, conotando o "não gosta de mulher" como um mero pregão mal interpretado. "No meio da F1, sempre acontecem atropelos e as perguntas são lançadas sobre os profissionais ainda aturdidos e desgastados pelos problemas de pista e que, por isso mesmo, têm necessariamente o colorido da pressa."
E continuavam: "Quando fizemos que o sr. Fulano não bebe, não estamos garantindo que esse sr. Fulano, nas reuniões sociais que frequenta, ou talvez em sua casa, recuse o copo de vinho ou se furte a preparar a sua dose de uísque. Estamos apenas assegurando que o dito sr. Fulano não é um alcoólatra", argumentaram os advogados.
No dia 18 de março de 1988, Ayrton Senna, tentando dar fim ao rumoroso caso, distribuiu uma nota oficial aos jornais declarando-se satisfeito com as declarações prestadas por Nelson Piquet ao juiz de justiça na 22a Vara Criminal do Rio de Janeiro.
Judicialmente o caso foi encerrado, mas Senna e Piquet jamais voltariam a conversar. O mais que se aproximaram foi nas festivas dobradinhas brasileiras em três pódios. Curioso é que jamais tiveram qualquer problema em oito anos de pista nos mais de 32 mil quilometros dos 146 GP's que se enfrentaram. Ambos foram arrojados, determinados e sequiosos por vitórias, mas éticos esportistas e estupendos tricampeões. Talvez a culpa seja dos seus anjos da guarda, um tanto descuidados fora da pista.


Ayrton Senna e Nelson Piquet: 6 títulos mundiais, 64 vitórias e 89 pole-positions.

Texto extraído do livro
"Os Arquivos da Fórmula 1"
ed. Panda Books
LEMYR MARTINS

sábado, 14 de maio de 2011

Vale a Pena ver de Novo

Grande Prêmio da Itália
1979

Pôster oficial do GP da Itália de 1979

Voltamos mais uma vez no tempo. Agora vamos para a Italia em 1979, decisão do campeonato que nos bastidores ferraristas já estava definido. Depois de ver Scheckter e Villeneuve lutarem ponto a ponto pelo campeonato, Enzo Ferrari chamou os dois pilotos para uma conversa e definiu que o título seria do sul-africano Jody Scheckter. Gilles Villeneuve acatou e respeitou a ordem do chefe com a promessa que a equipe trabalharia em 1980 para ele, Gilles, ser campeão.
Uma festa inesquecível para os tifosi. 

Transmissão: Rede Globo
narrador: Luciano do Valle
comentários: Reginaldo Leme
data: 9 de Setembro de 1979


15 títulos com pilotos na F1:
1952 e 1953 => Alberto Ascari, italiano
1956 => Juan Manuel Fangio, argentino
1958 => Mike Hawthorn, inglês
1961 => Phil Hill, norte-americano
1964 => John Surtees, inglês
1975 e 1977 => Niki Lauda, austriaco
1979 => Jody Scheckter, sul-africano
2000, 2001, 2002, 2003 e 2004 => Michael Schumacher, alemão
2007 => Kimi Raikkonen, finlandês

domingo, 1 de maio de 2011

17 anos sem Ayrton Senna

Ayrton Senna  e sua
Arte de Pilotar

O estilo de pilotagem de Senna marcou época na F1.

As ruas de Monte Carlo testemunharam um acontecimento histórico naquela tarde de 14 de maio de 1988. Com seu McLaren branco e vermelho, Ayrton Senna registrava uma sequência incrivel de voltas rápidas, batendo sucessivamente o recorde da pole position para o circuito. Enquanto Ron Dennis sorria satisfeito do muro dos boxes, o rival Alain Prost observava tudo com cara de espantado e balançava a cabeça. Após colocar quase 1s5 de vantagem em relação sobre o francês e mais de 2s5 de vantagem em relação aos outros pilotos, Senna desacelerou subitamente e foi para os boxes.

Em uma entrevista posterior, o brasileiro afirmou ter entrado em uma espécie de transe, no qual o circuito todo se transformara em um túnel, ele se fundira junto com o carro e, assim, pode andar mais e mais rápido. Até que um estalo o fez perceber que estava guiando de forma quase inconsciente e isto o encheu de medo. Senna não voltou mais à pista naquele dia.

Ayrton Senna Onboard em Mônaco, 1990.

Ao encontrar uma explicação metafísica para sua performance, o piloto acabou sendo extremamente injusto consigo mesmo. O que ocorreu naquele sábado foi a conjunção máxima de toda a habilidade que Ayrton Senna possuía: a concentração extrema, a capacidade de chegar muito próximo do limite sem extrapola-lo, a técnica de manter o regime de rotação sempre alto para uma melhor retomada de aceleração na saída de curvas, algo especialmente útil numa pista travada como Mônaco.

Talvez o maior mérito do piloto brasileiro fosse o de explorar a velocidade de forma quase perfeita. O austríaco Gerhard Berger, companheiro de Senna na McLaren por três temporadas, lembra que a telemetria apontava que o brasileiro era mais lento que o austríaco em algumas curvas, especialmente as mais rápidas. Mas quase sempre o batia em uma volta inteira. "É por isso que acho que Senna foi o maior artista de todos, pois tirava o máximo no último milésimo de segundo do lado de cá do limite, mas quase nunca passava para o outro lado.", afirma o piloto que conheceu muito o brasileiro.

Controle Total


 Desde a época do kart, Senna procurava conhecer a fundo o seu equipamento para que pudesse ter o domínio sobre a máquina. O kart, aliás, foi a sua melhor escola, segundo ele mesmo afirmava.

"Ayrton Soube mesclar como ninguém a técnica com a agressividade. Era de uma eficiência admirável. Tinha uma obsessão pela perfeição que ficava clara nas tentativas de baixar cada vez mais os tempos de volta." - Felipe Massa
Outro que concorda com Berger é o inglês John Watson. Ao ser ultrapassado por Senna durante a classificação para o GP inglês de 1985, em Brands Hatch, o piloto se espantou com a habilidade do brasileiro. "Testemunhei visível e auditivamente uma coisa que nunca tinha visto ninguém fazer um carro de corrida. Era como se ele estivesse quatro mãos e quatro pernas. Estava freando, reduzindo a marcha, virando o volante e acelerando! O carro parecia um fio de navalha entre o controle e o descontrole. Tudo isso durou apenas 2s. Depois de checar a velocidade e ter encontrado a marcha correta, o que ele tentava fazer era manter a pressão do turbo. Ele chegou ao ponto da pista onde desejava fazer a tomada da curva e o carro mergulhou com uma "arrogância" que fez meus olhos se arregalarem. Era um mestre controlando uma máquina."

Incrivel habilidade e velocidade - Onboard - Suzuka 1989

Senna sempre foi considerado um gênio na pilotagem dos motores turbo, se tornando, inclusive, o último campeão da chamada "Era Turbo", em 1988. E o motivo de seu sucesso era um mistério para ele mesmo. "Realmente nunca consegui saber o que faço diferente. Apenas procuro manter o motor sempre em um regime de rotações com a melhor performance. O importante é estar ultra-sensivel às reações do carro, é adquirir a capacidade de sentir o bólido antes de algo acontecer. Esse é o grande segredo desta era de motores turbo: antecipar a entrada ou perda de potência. Eu fico hiperligado nisso o tempo todo, porque isso pode ganhar ou perder 1s por volta.", explicou o piloto em um depoimento em 1985.

Velocidade

Ayrton andava sempre em rotação máxima, mesmo que estivesse liderando um GP com folga ou andando nas últimas posições.

Arrojo


 Senna executava todas as ultrapassagens com perfeição.

Ataque as curvas


O Piloto conseguia ser agressivo nas curvas e utilizava toda a pista. Senna atacava as zebras sem que isso influenciasse em sem tempo de volta. Limite era uma de suas palavras prediletas.

Mas e se Senna corresse hoje em dia? O curioso é que a tecnologia dos carros atuais minaria muitas das suas qualidades técnicas. 

O Brasileiro costumava manter a rotação alta dos motores ao "bombear" o acelerador constantemente enquanto fazia uma curva, o que seria ineficaz atualmente com o controle de tração. Os delicados pneus atuais também poderiam ser um problema para um piloto que gostava de atacar na parte inicial da corrida, como era o caso do nosso tricampeão.
Mas o que tornava Ayrton Senna completo não era apenas uma técnica invejável de pilotagem, mas também uma personalidade forte que servia ao sucesso na mesma medida que lhe arrumava inimigos. Se pudesse correr de igual para igual com os pilotos da nova geração, ninguém duvida da capacidade de Senna em construir o trabalho de uma equipe em volta de si, nem da possibilidade de somar infinitas poles neste sistema de classificação. Afinal, é o formato perfeito para quem sabia, como ninguém, bailar de mãos dadas com a máquina sobre a tênue linha do limite, sem jamais ultrapassa-lo.

O estilo de Ayrton Senna era considerado preciso e arrojado, mas ele fazia tudo naturalmente. A forma como ele conduzia um carro de F1 era um verdadeiro dom artístico sobre rodas.
Três fatores que determinavam o estilo de pilotagem de Senna.


Concentração => A concentração de Ayrton Senna começava antes mesmo da largada. Ele conseguia manter durante todo o GP um alto grau de concentração, que evitava erros na pilotagem.


Confiança => Acima de qualquer situação de pista, fosse ela boa ou ruim, Senna sempre acreditava que havia um jeito de melhorar. Esta confiança lhe dava força na hora de pilotar.


Precisão => Senna era preciso a cada volta e a cada ultrapassagem. Em todas as suas atitudes que tomava nas pistas, o brasileiro sabia exatamente o que fazia.

Pole Position em Spa Francorchamps, 1991.

Perfeição


O rei das poles - melhor média de poles da história da F1, 40% de suas largadas na F1 ele saiu na pole - conseguia por meio da perfeição em uma única volta largar na frente da concorrência.

"Senna foi um piloto muito agressivo, extremamente rápido e com um talento naturam incomum. Todas essas qualidades estariam preservadas hoje, sem dúvida!" - Jacques Villeneuve.

Coragem




A falta de medo para encarar os desafios e o fato de não ficar intimidado com os rivais eram outras qualidades de Senna em seu modo de guiar um F1. 

Ayrton Senna onboard em Adelaide, Australia com o McLaren Ford de 1993.

Senna e suas pistas preferidas


Mônaco => Seis vitórias: a marca de Ayrton Senna no GP de Mônaco não foi igualada até hoje. E poderiam ter sido sete não fosse o erro de concentração que levou ao acidente de 1988.


Spa-Francorchamps => Foram cinco vitórias no traçado que "separa os homens dos meninos". Após o quinto deles, em 1991, Senna admitiu: "Spa é meu circuito favorito."


Interlagos => Os dois triunfos de Senna no Brasil se colocam entre os mais especiais da sua carreira. Em destaque o primeiro, em 1991, quando terminou a prova só com a 6a marcha.


Suzuka => A Ligação emocional do piloto brasileiro com o Japão era enorme pelo fato de ter conquistado todos os seus títulos mundiais no circuito de Suzuka.


Donington Park => O GP da Europa de 1993 é tido como a maior vitória da carreira de Senna. Mas o circuito de Donington lhe é especial por outro motivo: foi o local de seu primeiro teste com um F1.

Neste 1º de Maio de 2011, completa-se 17 anos da partida de Ayrton Senna da Silva. O Blog Paddock Info trouxe para vocês um pouco do estilo de pilotagem desta lenda brasileira que permanece até hoje, como o maior ícone do esporte nacional.
Que a Lenda Senna permaneça sempre viva assim motivando sempre futuros pilotos brasileiros tanto em categorias turismo quanto monopostos.

Tributo à Ayrton Senna

Texto extraído da Revista Racing
nº 169 - Ano 10
por Luis Fernando Ramos
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