O Herói espanhol
Na imprevisibilidade, grandes campeões prevalecem, e hoje, Fernando Alonso se tornou herói. Fazia muito tempo que eu não me arrepiava com uma vitória conquistada na garra e com boa dose de sorte que apenas grandes campeões possuem.
Hoje, posso dizer que Fernando Alonso Díaz me conquistou como fã. A bordo de um carro inferior perante seus grandes rivais, diante de sua torcida, largou da 11ª posição, ultrapassou um a um, contou com o abandono inexplicável de Vettel e Grosjean e consegui uma vitória inesquecível.
Ao vê-lo carregar a bandeira espanhola, ao vê-lo parar no meio da pista (e a torcida só não invadiu por causa das severidades na segurança atual, em outros tempos, Alonso estaria nos braços do povo) e principalmente ao vê-lo se emocionar no pódio foram sensações que me fizeram crer que somos privilegiados, como fãs de F1, de acompanhar essa temporada.
Apesar da exuberante etapa valenciana, o país passa por grave crise financeira afetando jovens que enfrentam o desemprego e a incerteza de um futuro digno. E o esporte nacional tem sido uma das poucas alegrias do povo espanhol, fica então compreendida a forte comoção demonstrada pelo patriota Fernando.
Impossível não recordar a mesma situação vivida por nós, brasileiros, no início da década de 90, quando o país enfrentava uma situação semelhante e a Fórmula 1 era um dos poucos esportes que alegrava o povo. E impossível não recordar as mesmas sensações do GP do Brasil de 1993, quando o saudoso Ayrton Senna a bordo de um carro inferior perante seus grandes rivais, lutou bravamente, contou com a sorte (abandono de Prost e punição de Schumacher), audácia (ultrapassagem sobre Hill) e garra para vencer o GP de casa, causando forte comoção e invasão do povo nas pistas. Tudo muito parecido como hoje. "
por Claudio Souza
@claudiosgs
2 comentários:
Ótimo relato, nada mais a acrescentar...
essa temporada que me fez voltar a me interessar por corridas novamente!
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