sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ayrton Senna por Murray Walker

O Lendário ex-narrador inglês de F1 conta detalhes sobre sua convivência com Senna.

Ayrton Senna, a Lenda permanece viva.

A pior coisa que eu enfrentei na minha vida foi o mais divulgado acidente da história do automobilismo: a morte de Ayrton Senna, que aconteceu ao vivo, em milhões de lares espalhados pelo mundo inteiro. O GP de San Marino de 1994 já estava marcado por tristes acontecimentos desde a largada, quando um acidente fez com que uma roda atingisse o público, trazendo o Safety Car à pista, andando à frente de todos os pilotos em velocidade reduzida, enquanto o local do acidente era limpo. A corrida recomeçou na sétima volta, com o Williams de Senna pouco à frente do Benetton de Michael Schumacher. Mas quanto Ayrton chegou à curva Tamburello, de pé embaixo, ele perdeu o controle do carro. Mesmo que a velocidade tivesse diminuído levemente, ele chocou contra o muro de concreto a cerca de 220 km/h. Eu já tinha visto Michelle Alboreto, Nelson Piquet e Gerhard Berger passar pela mesma experiência no mesmo lugar e saírem ilesos, ou quase: o Berger ficou inconsciente em seu carro, que se incendiava.
Por isso mesmo, minha reação imediata no caso de Senna foi mais de espanto do que de preocupação. "Que pancada!", foi o que eu pensei na hora, mas imediatamente percebi que o estrago tinha sido bem maior.

Batida fatal na curva Tamburello.

A corrida foi interrompida e a equipe médica, liderada pelo prof. Sid Watkins, tentava salvar a vida de Senna. As câmeras da RAI, a rede italiana que gerava as imagens de TV, acompanhavam esse trabalho, e meu monitor mostrava cenas chocantes. Felizmente, pela primeira vez em um GP no exterior, a BBC tinha sua própria câmera e direção de TV. Assim, o produtor Mark Wilkin conseguiu mostrar algo diferente aos telespectadores britânicos. A transmissão continuava e eu via essas imagens, mas também podia acompanhar aquelas geradas pela RAI. O maior piloto do mundo estava prostrado e gravemente ferido ao lado da pista. Eu não tinha como saber da extensão dos seus ferimentos mas temia pelo pior. O que fazer? Obviamente eu não poderia fazer comentários do tipo: "Não se preocupem, parece ser sério mas já vi acidentes piores neste mesmo lugar onde os pilotos estavam bem...Os carros de hoje são muito seguros e tenho certeza que Senna vai ser sair bem desta". Também não podia dizer "É triste. Eu temo que pela expressão dos médicos em torno de Senna, que tenha sido um acidente fatal.", porque eu não sabia e poderia ser de um alarmismo inaceitável.


Aquelas cenas horríveis continuaram por um tempo que pareciam horas até que um helicóptero levou o brasileiro mortalmente ferido ao hospital, onde veio a falecer. Um verdadeiro grande homem encontrava seu criador e eu honestamente não sei como encontrei palavras para enfrentar a situação. Não gostaria de viver novamente isso.

A história de Senna foi dramática e terminou num final comovente. Eu precisaria de um livro inteiro para dissertar o enigma que foi Ayrton Senna, cujo nome verdadeiro era Ayrton Senna da Silva. Como Silva é um sobrenome muito comum no Brasil, ele preferiu usar apenas Ayrton Senna para se estabelecer como alguém mais destacado. E ele, de fato, conseguiu se tornar um dos maiores, alguém que milhões de pessoas em todo o mundo diriam ter sido o maior de todos. Três vezes campeão do mundo, 41 vitórias e 65 pole-positions - um piloto de extremo talento mas, acima de tudo, um ser profundamente temente a Deus, perfeccionista e obsessivo em ser o melhor em tudo o que fazia.

Senna não tinha receio em expor sua religiosidade.

Ele tinha de vencer. Era rude nas pistas, mas cordial fora delas, embora poucos tenham convivido com o homem que se escondia em sua figura pública. Eu fui até Brands Hatch no dia 29 de Setembro de 1981, especialmente para encontrar o brasileiro que venceu dois torneios de Fórmula Ford e 12 corridas em 17 largadas na sua primeira temporada. Ele me pareceu quieto, afável, muito maduro e obviamente algo especial. "Como eu posso conseguir um videotaipe da corrida de hoje para levar para o Brasil?", ele perguntou. Eu respondi que lhe enviaria se ele vencesse a corrida. Ele terminou em 2º e fez a melhor volta, mas mesmo assim eu lhe mandei o taipe. Em 1982, ele dominou a FFord 2000 e, no ano seguinte, teve uma temporada repleta de disputas com Martin Brundle na F3. Ele chegou ao título com 12 vitórias e eu contei isso ao mundo por meio dos microfones da BBC.

Formula 3 - Ayrton Senna x Martin Brundle

No final do ano, ele foi a Macau para a prova mais importante da categoria, um verdadeiro campeonato mundial. Eu estava lá para fazer o comentário para a TVB de Hong Kong e, imediatamente após sua vitória, liguei para o Bernie Ecclestone, então dono da Brabham, para lhe dar a noticia: na semana anterior Senna tinha testado um dos seus carros. Com um fuso horário de oito horas, Bernie estava provavelmente dormindo mas Ayrton conseguiu um lugar na F1 para 1984, com a Toleman, equipe que veio a se tornar Benetton.

Eu fui hipnotizado por sua emocionante apresentação em Monte Carlo, quando ele largou em 13o e estava prestes a ultrapassar Alain Prost, quando a corrida foi interrompida. No final da temporada, eu estava no Bruckl Wirt Hotel, em Niklasdorf, junto com as equipes Toleman e Ferrari. Durante um jantar, fui até a mesa do Mauro Forghieri, o projetista da Ferrari, para pedir que ele autografasse um livro. No caminho, encontrei Ayrton e o chefe da Toleman, Alex Hawkdrige, numa acalorada discussão: Senna estava quebrando o seu contrato com a equipe para assinar com a Lotus para 1985. Ele sabia que merecia um carro melhor e sua vontade de vencer o tinha levado a mudar de equipe. O anúncio foi feito e Hawkdrige impediu Senna de disputar o GP da Itália para lhe dar uma lição. Alex era uma dessas poucas pessoas capaz de fazer isso e um incrédulo Senna simplesmente não entendia o que estava acontecendo.

A Maestria: Senna e o seu primeiro pódio na F1, Mônaco 1984.

Em 1985, porém, ele estava numa equipe onde podia vencer e foi o que aconteceu em sua segunda corrida pela Lotus, em Portugal. Num replay do que ocorreu em Mônaco, ele fez uma apresentação inspirada e permaneceu na pista enquanto todo mundo saia dela, incluindo Alain Prost, o homem que Ayrton acreditava tê-lo derrotado de maneira desleal naquela prova. Senna tinha chegado com sabor de vingança. A minha primeira de muitas entrevistas com ele como vencedor de corrida em Portugal de maneira ainda pior do que aquela com Lauda e Prost no ano anterior. Sem qualquer controle sobre quem tinha acesso a ele, eu tive que abandonar meus modos e chegar até ele na base da cotovelada.
Acabei encontrando alguém que parecia acostumado a vencer GP's em toda sua vida: ele estava calmo, relaxado e bem articulado. Sim, ele parecia feliz por ter vencido seu primeiro GP; não, isso não tinha sido tão facil quanto parecia: ele também saiu da pista como todo mundo, mas conseguiu voltar a ela sem problemas. E Também estava contente por dar a vitória à equipe.

Murray Walker entrevistando Senna após sua primeira vitória.

Pódio do GP de Portugal 1985

A Felicidade da Equipe Lotus.

Para mim foi um daqueles dias tipo "eu estava lá", o primeiro de muitos. Ayrton venceu em Mônaco seis vezes em 10 largadas, batendo o recorde de Graham Hill, que tinha vencido cinco vezes. Eu digo orgulhoso que narrei todas as voltas dessas vitórias. Foi um tremendo feito de Senna num circuito onde, mais do que em qualquer outro, a habilidade e a coragem do piloto são primordiais. Ele teria vencido também em 1988, seu primeiro ano de McLaren caso não tivesse perdido a concentração quando liderava Alain Prost pela enorme diferença de 53 segundos. Ele foi contra o guard-rail na entrada do túnel e, totalmente frustrado, desapareceu no seu apartamento próximo dali.

Primeira Vitória de Ayrton em Mônaco, 1987.

Mister Senna - Recorde de Seis Vitórias permanece Absoluto!

Para me manter bem informado, eu sempre vou às várias coletivas de imprensa que acontecem durante o fim de semana de um GP. Muitas delas são chatas, com os pilotos recitando declarações politicamente corretas, ansiosos pelo fim. Essas coletivas devem ser tremendamente chatas e irritantes para eles, mas fazem parte integrante de suas vidas previamente recompensadas. Senna era diferente e algumas de suas apresentações eram eletrizantes, particularmente se ele sentia que tinha sido mal interpretado mesmo quando não se sabia disso. Seu domínio de inglês, sua eloquencia e clareza eram impressionantes e ele conseguia manter a atenção de uma sala repleta de jornalistas quando desembestava a falar. Diversas vezes eu me sentia surpreendido por suas declarações passionais sobre injustiças que ele acreditava terem sido cometidas contra ele - uma delas durou uma hora e meia.

Entrevista Ayrton Senna em Abril 1994 durante jogo Brasil x Paris Saint-Germain

Declaração de Ayrton Senna

Reportagem sobre o filme SENNA

Em 1990, eu tive de entrevista-lo na Austrália, para a BBC TV, sobre aquela colisão com Alain Prost em Suzuka, onde ele não apenas agiu errado como também colocou em risco as vidas de ambos. Eu não estava muito otimista, para ser franco, mas fui procedido por Jackie Stewart, que fazia a mesma coisa para o Canal 9, da Austrália. Na mais bela entrevista que eu já vi, usando todas a sua experiência em debates e comunicação e seu passado de três vezes campeão do mundo, Jackie calmo e pacientemente desmontou Senna a ponto do brasileiro perder a cabeça e começar a gritar para se justificar. A entrevista terminou de forma inamistosa e chegou a minha vez. "Eu acho que ele acredita honestamente no que está dizendo, mas o Hitler também era assim também", Jackie Stewart comentou mais tarde - e eu concordo com ele no fato que a auto-confiança de Senna nem sempre era justificável.

A famosa entrevista de Stewart com Senna

Mais tarde, vendo uma chance maior de vitórias, Senna deixou a McLaren em 1993, da mesma forma que fez com a Toleman uma década antes, para se juntar à Williams. O carro não era tão bom quanto ele esperava e tinha aparecido uma nova estrela em seu caminho, Michael Schumacher.

A primeira corrida do ano foi o GP do Brasil, em São Paulo, sua cidade natal. Sua assessora de imprensa, Betise Assumpção (hoje em dia sra. Patrick Head), me conseguiu uma entrevista no escritório no edificio sede de suas empresas. Demos uma volta pelo prédio, admiramos o visual de São Paulo pelo heliporto e então fomos encontrar o homem... Ao lado dele estava uma réplica do Lotus 97T de 1985, carro de sua primeira vitória na F1, seu pai Milton e o irmão Leonardo. Ayrton estava relaxado e contente.

"Eu sei que você é um cara dedicado ao que faz, Ayrton. É verdade que entre uma temporada e outra você fica analisando os vídeos das corridas para ver se aprende algo?"
"É verdade Murray, e sempre com sua narração."
Foi um dos maiores elogios que eu já recebi. "Bem obrigado, mas o que vem pela frente? Quando você vai parar e o que resta conquistar?".
"Aumentar esses números", ele disse. Tragicamente, isso acabou não acontecendo, Schumacher o derrotou no Brasil e novamente no Japão. Duas semanas depois disto estávamos em Imola para a primeira corrida da temporada européia, e na sexta-feira eu estava novamente com Ayrton para nosso bate-papo antes das corridas. Eu tinha revisto uns vídeos dele quando corria na F3 e notei que pronunciava de maneira incorreta seu nome. Decidi então pronunciar da maneira correta nas duas primeiras corridas, mas recebi críticas dos telespectadores. Voltei então com o que estava acostumado:
" A-er-ton, duas corridas já foram, nenhum ponto e Schumacher já está disparado..."
"O Que aconteceu com o A-yr-ton?", ele disse. Eu fiquei estupefato. "Como é que você sabe disso? Você está guiando quando falo estas coisas"
"Bem, eu dou um jeito." respondeu com um sorriso.
Essa foi a última vez que falei com ele. Dois dias depois ele morreu no Hospital Maggiore em consequência daquele acidente. Ayrton Senna foi uma das maiores personalidades que eu conheci, um gênio entre os raros da história do esporte.

Entrevista de Murray Walker com Schumacher e Senna em Imola 1994.

Quase 17 anos após sua morte, Senna ainda é reverenciado.
Mito Imortal

por Murray Walker
Autobiografia: "Murray Walker: Unless I'm very much mistaken"

domingo, 9 de janeiro de 2011

Fator Aerodinâmico

O Bom desempenho dos carros de F1 está diretamente ligado às eficientes aerodinâmicas. 
Veja como ela funciona.

A diferença imperceptivel porem eficaz da aerodinâmica ferrarista.

A Aerodinâmica é responsável pelos principais ganhos de desempenho na mais competitiva categoria do mundo. Por isso, não surpreende o fato de ela ser uma verdadeira obsessão dos maiores projetistas da atualidade.

Na Fórmula 1 moderna, a aerodinâmica é o campo que permite que se faça os maiores progressos em termos de desempenho. Desde a introdução das primeiras asas pela Lotus e Ferrari nos anos 60, o que foi anteriormente uma técnica instintiva tornou-se quase uma ciência exata. Cada centímetro quadrado dos carros de hoje é cuidadosamente lapidado para otimizar o fluxo de ar.
A questão básica que desafia os engenheiros é simples: inverter o principio físico que permite que  um avião permaneça no ar. O trabalho dos técnicos em aerodinâmica é aumentar a chamada downforce - termo dado à força vertical que empurra o carro contra o solo, usando a ação do vento e a zona de baixa pressão criada sob as asas. Eles também precisam minimizar o arrasto - força longitudinal associada ao movimento do veículo, que oferece alguma resistência ao seu deslocamento.

 Difusor - um dos pontos críticos no downforce de um F1

Aerodinâmica da Ferrari F2008

Eficiência da Aerodinâmica McLaren 2010

Ontem...

Hoje...

O Desempenho de qualquer monoposto resulta do emprego desses princípios. Por isso, os engenheiros tornaram-se obcecados com os menores detalhes da carenagem. Isso não é surpresa. Se levarmos em conta que, caso aquela anteninha que vai no bico do carro tenha um diâmetro um pouco maior do que deveria, já terá custado o equivalente a 10cv de potência do motor.

Mas esse exemplo não significa que os F1 podem ser definidos como se fossem flechas afiadas. Ao contrário, suas rodas grandes e expostas ao vento produzem tanta turbulência que os tornam um tanque de guerra. O coeficiente aerodinâmico - índice que mede a eficiência do veículo quando está em alta velocidade - de um Renault Clio é mais refinado. Mas, em compensação, ele gere bem menos downforce: a 250 km/h, um carro de F1 é capaz de produzir mais de 1 tonelada de carga aerodinâmica.

Aerodinâmica da Red Bull de 2010

Nos ultimos 30 anos, os engenheiros pesquisaram profundamente a aerodinâmica. Invenções sucessivas como os "fan-cars" - carros que tinham ventiladores para sugar o ar sob a carenagem, criando uma zona de baixa pressão - , as saias e asas laterais, as wiglets (asinhas colocadas nas tampas dos motores, proibidas no regulamento da F1 em 2009) e os aerofólios deformáveis pela força do vento geraram enormes ganhos aerodinâmicos até a FIA bani-los.

Hoje, as regras da categoria determinam que os engenheiros devem formatar suas carenagens dentro de determinados espaços pré-delimitados em altura, largura e comprimento em todas as partes do F1.

O Bico da Asa do Tyrrell de 1990 projetado por Postletwayte foi uma revolução.

Posteriormente, adotado e aperfeiçoado por Ross Brawn e Rory Byrne no Benetton.

A Aerodinâmica também é fundamental para os pilotos. Da mesma forma que um avião não é capaz de decolar se estiver atrás de outro, não é possível que um monoposto siga um rival de muito perto em uma curva, devido à turbulência produzida pelo veículo da frente. O risco para o segundo carro é de ficar sem controle. Nas retas, porém, é possível que o monoposto de trás se beneficie do vácuo.

A eficiência de um pacote aerodinâmico só é revelada, em sua plenitude, se o downforce crescer de forma exponencial com a velocidade. Mas, de maneira irônica, uma curva que não seja particularmente dificul a 250 km/h pode tornar-se um problema a 180 km/h, justamente porque, a aerodinâmica é menos eficiente. Assim, a aerodinâmica e a coragem do piloto estão ligadas para resultar em bons desempenhos.


Revista Racing
Ano 8 - nº 128
fotos: www.google.com.br/images
Revista Racing. 

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Os Piores dias de Schumacher

Schumacher completa hoje 42 anos, mas sua carreira não foi só de vitórias e alegrias.

Ímola 2003 - Vitória horas depois da morte de sua mãe Elizabeth.

Michael Schumacher teve disputas quentes, toques, ambição exagerada e jogos não muito limpos, o maior de todos já passou por tudo isso. Separamos alguns momentos infelizes do alemão para lembrar que mesmo sendo o maior de todos, ele também é falível.

GP da França 1992

 Senna e Schumacher - Convivência não muito pacífica.

Um dos gp's mais acidentados de Schumacher. Chegando à curva Adelaide, ainda na primeira volta, ele tocou a traseira do McLaren Honda de Ayrton Senna. O brasileiro ficou fora da disputa e bravo com o alemão, querendo pega-lo pelo pescoço antes da relargada, depois que a prova foi interrompida devido à chuva, na volta 19. "Eu acerto aquele sem-vergonha", disse Ayrton, para um desconcertado Michael.

 
A Trapalhada do Alemão.

GP da Africa do Sul 1993

  
Schumacher e Senna mais uma vez.

Michael disputou roda a roda novamente com Senna na abertura do campeonato de 1993. Eles foram ultrapassados pelo Williams Renault de Alain Prost, mas continuaram disputando posição até a volta 40, quando Michael lançou-se por dentro. Mas Ayrton tomou sua tangência normal e fez com que o piloto da Benetton rodasse. Para Schumacher, aquilo foi uma lição de disciplina e determinação.
  
GP do Japão 1993 

 Barbeiragem grotesca em Suzuka.

Michael classificou o Benetton em 5º em Suzuka, atrás dos Williams de Prost e Hill e dos McLaren de Senna e Hakkinen. O alemão estava em 6º lugar quando Damon Hill o ultrapassou e, na sequência, o britânico foi para cima de Gerhard Berger. Tentando aproveitar-se da disputa a frente, Schumacher colocou-se entre os dois, mas não deu certo: o Benetton foi fechado pelo Williams e Schumacher acabou fora.

GP da Austrália 1994 

 Schumacher desolado após sua manobra desleal sobre Hill.

O maior erro - o qual queimou a reputação de Michael por muitos anos. Um ponto à frente de Damon Hill na tabela de pontuação do campeonato, Schumacher foi para a Austrália para umd dos episódios mais disputados dos últimos anos. O alemão classificou-se entre os dois Williams de Mansell ( na pole ) e de Hill ( na 3º posição ). Então, na volta 36, Michael deu um passeio fora da pista: escorregou e acertou a mureta de proteção. O acidente aconteceu bem a frente de Hill. O Benetton de Schumacher voltou para a pista, mas Damon colocou seu Williams por dentro para realizar a ultrapassagem. Só que o atual heptacampeão fechou a passagem de Hill, os dois se tocaram e Schumi chegou a ficar apoiado em duas rodas antes de bater na barreira de pneus. Michael estava fora - e Damon também, com a suspensão quebrada. Schumacher foi campeão, mas a manchete mostrava a forma como ele defendeu sua posição contra Hill.

  A decisão do título de 94.

 

GP de Mônaco 1996 

Erro de Schumacher em Monaco.

Uma das corridas mais curtas de Michael. Ele classificou-se na pole, mas as ruas de Monte Carlo são estreitas. Damon Hill conseguiu acelerar na reta e colocar seu carro à frente de Schumi. Antes da curva Portier, Michael colocou seu pneu dianteiro muito perto do meio-fio. A Ferrari acertou a calçada com a roda dianteira direita e acabou ficando sem controle. Antes, a roda dianteira esquerda já havia acertado o muro.

GP da Europa 1997 

 Como em 94, a deslealdade falou mais alto.

 Um capítulo parecido com a história de Adelaide 1994. Na batalha entre Schumi e Jacques Villeneuve pelo título, o alemão tentou jogar o canadense para fora da pista em uma ultrapassagem legítima. Mas o pior sobrou para a própria Ferrari de Michael, que foi para a brita. Villeneuve garantiu assim o título mundial. A FIA julgou mais tarde que a manobra de Schumacher foi instintiva e que não houve malícia.

Schumacher x Villeneuve - Jerez 1997

GP do Canadá 1999

Schumacher qualificou-se na pole position à frente de Mika e sua McLaren MP4/14. Depois de 20 voltas, ampliava sua liderança. Mas aí veio o pior. No fim da volta 30, ao fazer o "S" que dá acesso à reta dos boxes, ele perdeu o controle da Ferrari, escorregou e bateu no muro de proteção antes da linha de chegada. Não houve como retornar a corrida e entregou assim a vitória a Mika Hakkinen.

Schumacher e o "Muro dos campeões". 

GP do Brasil 2003

 Schumacher roda sozinho e abandona o GP.

Foi uma prova antológica, com a vitória de Giancarlo Fisichella, da Jordan. Mas o destaque da corrida foi o fato de seis pilotos, incluindo Michael Schumacher, terem terminado suas corridas na curva do Sol, em Interlagos. As saídas de pista foram causadas pelo acúmulo de água da chuva. "Aquaplanei e virei apenas um passageiro do carro", concluiu Schumacher.

  GP's da Hungria '92, Inglaterra '95 e '99, Bélgica '98 e Abu Dhabi 2010.

O pior momento na carreira de Michael Schumacher aconteceu na primeira volta do GP da Inglaterra de 1999. Depois de ser ultrapassado por seu companheiro Eddie Irvine na largada, Schumi passou reto na curva Stowe com sua Ferrari a mais de 300 km/h e foi parar na barreira de pneus. Michael quebrou a perna direita na batida. O time italiano informou que houve um problema nos freios traseiros do seu carro e esse foi o motivo real do grave acidente. Este foi o único momento de sua carreira em que ele acabou machucado, mas por sorte não aconteceram acidentes graves, como em Hungaroring 1992, quando o Benetton do alemão perdeu a asa traseira no meio da reta e o seu carro acabou na brita.
Em Silverstone 1995, Schumacher acabou sendo acertado com força pela Williams de Damon Hill. Em Spa 1998, o alemão "encheu" a traseira do McLaren de David Coutlhard e na última corrida da temporada de 2010, Schumacher acabou se envolvendo num acidente com Vittantonio Liuzzi que poderia ter sido de seríssimas proporções. 

 
Silverstone 1999

Hungaroring 1992

Silverstone 1995

Spa 1998

Abu Dhabi 2010

 Michael Schumacher, 42 anos, parte para a sua 18º Temporada de F1.

Texto de Alan Henry
Revista Racing 
Nº 170 - Ano 10
fotos: www.google.com.br/images
videos: www.youtube.com.br
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