Um dia na WEC
Meu relato do inesquecível dia nas 6 horas de Interlagos
Domingo,
dia 1º de Setembro de 2013 era aniversário do meu clube do coração Sport Club
Corinthians Paulista, mas eu e minha família estávamos preocupados com outro
evento, as 6 horas de Interlagos do campeonato mundial de endurance.
Nosso dia começou as 7h da
manhã, tomamos um café da manhã, nos arrumamos e pegamos a estrada exatamente
as 8h da manhã. Estrada tranqüila e uma incrível São Paulo sem trânsitos.
A aproximação do autódromo de
Interlagos começamos a perceber o incrível barulho dos carros vindo do
interior, tentamos encontrar um estacionamento porém em vão, achamos uma vaga e
estacionamos o carro sem nos preocupar com distancia ou segurança, coisa impensável
nos dias de hoje na megalópole paulistana.
Nos direcionamos a entrada do
portão A e fomos surpreendidos pela multidão em direção a entrada do miolo do
circuito, era o horário para a visitação dos boxes. Entramos na fila e
percebemos que a educação brasileira para grandes eventos está devendo e muito.
Carregando minha filha nos braços acompanhado da minha esposa, fomos empurrados
e muitos não respeitavam a nossa situação. O calor estava insuportável e a
umidade baixa, provavelmente a temperatura estava na casa dos 33ºC.
Com bastante esforço
conseguimos entrar na área dos boxes. Foi incrível a sensação de ver aqueles bólidos
frente a frente. Com a câmera em mãos tentava tirar fotos dos carros mas como
mencionara anteriormente a educação em locais amontoados é difícil de se
esperar, e pela primeira vez percebi que as instalações de Interlagos são
realmente pequenas para receber grandes eventos como a WEC e a Fórmula 1, tudo é
muito pequeno e acanhado, as instalações não dispõe de grandes espaços e a ótima
vontade da organização da WEC de disponibilizar um tempo para visitação aos
boxes e os pilotos torna-se uma tarefa desafiadora tanto para organizadores
quanto para visitantes.
Multidão nos boxes |
Aston Martin do Bruno Senna |
Temos que deixar muito claro,
muito boa a atitude da organização do evento e do campeonato este precioso
tempo. O contato com os carros e os pilotos é incrível. Estar perto daqueles
que protagonizam o evento é uma sensação ótima para quem é fã de automobilismo
e se dispõe a acompanhar o campeonato, ponto positivo para o nosso herói
Emerson Fittipaldi.
Lotus Rebellion |
Minha saga nos boxes
continuou. Vi a Ferrari do Giancarlo Fisichella e do Kamui Kobayashi, notei as
linhas do Aston Martin do Bruno Senna e os fantásticos carros da Lótus, Audi e
Toyota. Consegui tirar algumas fotos, estava difícil pela situação de multidão
e pouco espaço.
Meu objetivo era colher os
autógrafos do sobrinho do meu ídolo, Bruno Senna e do brasileiro Fernando Rees.
Era praticamente impossível ficar na fila para pegar o autógrafo do Bruno, uma
multidão numa fila que não andava porque os bons modos brasileiros regem que
você deve “fular a fila”, percebendo que seria difícil, tentei chegar próximo
do piloto e tirei uma foto e mandei uma saudação ao Bruno, não tive o prazer de
conhecer o meu ídolo mas conheci seu sobrinho.
A multidão em cima do Bruno Senna |
Bruno Senna |
Andando pelos boxes, consegui
o autógrafo do piloto Fernando Rees. Uma grande pessoa, atendia a todos com
extrema paciência, sorriso no rosto e carisma. Certo momento a multidão começou
a rodear os pilotos em busca de autógrafos, neste momento percebi um certo
receio dos pilotos estrangeiros. Fernando Rees estava em casa e não se sentia
ameaçado.
Fernando Rees |
Nicolás Prost |
Notei o apuro no rosto de
Nicolas Prost, filho do tetracampeão mundial de F1 Alain Prost, Anthony
Davidson e Stephane Sarrazin, apesar da ótima atitude da organização faltou um
pouco de ordem.
Após a saga pelos boxes,
seguimos para o village, o miolo do circuito contava com pequenos eventos como
lojas de souvenirs, barracas para lanches, carros antigos para exposição, um
parque de diversões além de uma mini pista de buggy. Não tínhamos muito tempo
para a largada. Fizemos um lanche, compramos uns souvenirs, tiramos fotos e
conhecemos o Fittipaldi FD04.
Village, no miolo do autódromo |
Audi # 1, o campeão da prova |
Voltamos para as
arquibancadas e perdemos a largada. Estava na segunda volta. A cada passagem
dos bólidos na reta de chegada um barulho imenso nos contagiava. Minha filha
pequena parecia experiente naquele tipo de situação, vibrava a cada passagem
dos carros, tudo era motivo de festa.
Notei cada barulho dos
motores dos bólidos. O som mais surpreendente era dos carros da Audi. Todos os
outros pareciam barulho de motores à combustão menos os carros alemães. Um som
parecido de um trovão rasgava a reta parecendo um som elétrico. Era incrível a
velocidade dos carros, acompanhei o momento da ultrapassagem do Audi #1 no Lótus
Rebellion na reta de chegada, foi como se o Lótus tivesse muito menos potência.
Visão da Arquibancada A |
O incêndio da Ferrari do
Villander foi o grande momento para nós. Estávamos acompanhando os carros eis
que uma bola de fogo sai da traseira do carro e ele para na subida da junção e
o fogo começa a se alastrar pelo carro, o nosso medo tinha diminuído porque
vimos o piloto saindo do carro mas a imagem foi assombrosa, como deve ter sido
ver ao vivo os carros nos anos 60/70 em chamas com os pilotos vivos dentro dos
carros? É aterrorizante só de imaginar.
Enfim, nossa aventura estava
terminando, com duas horas de prova, meu compromisso estava terminado, tinha
mais quatro horas de prova pela frente mas meu dia estava selado, meu sonho
realizado e era hora de voltar para casa. World Endurance Championship, uma
prova que vale a pena assistir.