O País dos monopostos tem no turismo sua única opção de automobilismo.
Quer queira, quer não, o automobilismo se disseminou no Brasil graças ao trio de sucesso Fittipaldi-Piquet-Senna na Fórmula 1. E com isso, as categorias de monopostos cresceram aos olhos de quem ama o esporte a motor.
O Engraçado que este amor pelo monoposto, é algo quase exclusivo do Brasil na América Latina. Nos países vizinhos com certo amor ao automobilismo, as categorias "carretera", os famosos carros de turismo, sempre foram a principal predileção. Na Argentina, não se fala de outra coisa em corridas, tanto que o país possui uma etapa do Mundial de Rallye da FIA. No México é a mesma coisa.
Largada da F-Chevrolet em Interlagos
O Brasil, desde os primórdios, conseguiu sucesso nos monopostos. Categoria que prima mais pela técnica do piloto do que pelo próprio carro, o que torna a habilidade do brasileiro ao pilotar superior aos demais. Mas, infelizmente, o Brasil tomou o rumo dos nossos vizinhos, e acabamos "carreteando" nosso automobilismo nacional.
Não existem mais opções para os pilotos campeões de kart nacional ingressar em categorias monopostos. Em sua grande maioria, a migração para a Stock Car, Stock Car Light ou outras categorias turismo é quase que obrigatória. Tanto por questão financeira quanto por sobrevivência no meio.
Fórmula 3 Sul-Americana em Interlagos
Se o piloto quiser sair do kart e continuar no sonho de F1, a migração para a F3 Sul-Americana é indigesta. A Categoria está perto da falência e sem nenhuma visibilidade. Se quiser manter o sonho aceso, a Inglaterra passa a ser o destino mais óbvio porém os valores exorbitantes para sobrevivência acabam tornando inviável o sonho, a não ser que você tenha sobrenome de peso ou patrocínio infinito.
Os resultados da audiência da principal categoria de turismo no Brasil demonstram o desinteresse e a distância do brasileiro com essa categoria. E não adianta transmissão em rede nacional, ex-piloto brasileiro de F1, promoções e eventos, ficou provado que, corridas de kart como as 500 milhas e o Festival das Estrelas organizado pelo Felipe Massa dão mais audiência, o que provam que o brasileiro gosta mesmo é de kart e monopostos.
Quando acompanhamos alguns programas sobre esporte a motor as perguntas sobre a morte do automobilismo monoposto no Brasil, as respostas são quase as mesmas: falta de patrocinador, custos elevadissimos, falta de visibilidade, crise mundial entre outras baboseiras.
A Stock Car comprova que dinheiro não falta, existem patrocinadores interessados em investir no automobilismo, se os custos são elevados nada que uma padronização não ajude a reduzir e a crise mundial, como o próprio Brasil demonstrou, não bateu forte no nosso país.
F-Renault, último suspiro dos monopostos no país
É incrivel a inércia e a falta de ação para criação e promoção de categorias monopostos no Brasil. Gastam tubos de dinheiro na Stock Car, uma categoria no mínimo chata e esquecem da principal modalidade do esporte a motor no Brasil. Algumas gerações de pilotos já se perderam. Vou citar alguns exemplos: Sérgio Jimenez ( multi-campeão no kart ), Átila Abreu ( atualmente na Stock ), Alan Hellmeister entre outros. Bia Figueiredo sobreviveu porque rumou para os Estados Unidos.
A Stock Car não merece a garotada que vem do kart, e sim os pilotos experientes e de idade, pois os poderosos carros merecem uma certa experiência em sua condução.
A Bagunça é tanta no nosso automobilismo que misturaram a essência da , antes , épica Stock Car com a garotada que está se formando no kart.
A F-Truck é uma exceção a regra pois sempre foi organizado pelo saudoso santisa Aurélio Félix.
Finalizo minha indignação com a atual fase do automobilismo brasileiro, triste realidade nacional aonde o grande campeão do nosso esporte a motor venha de uma categoria turismo.
A Base do autombilismo nacional, será que o brasileiro deixou de gostar de monoposto?
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